Em 18 de novembro passado, O Diário publicou uma reportagem sobre a atuação indiscriminada dos flanelinhas por diversos pontos de Mogi das Cruzes. Três meses depois, a situação continua a mesma. Motoristas são pressionados a contribuir com grupos que dizem “proteger” os veículos de roubos e furtos, mas que, se contrariados, acabam por danificar os automóveis, conforme relatos dados a O Diário. O poder público afirma que a prática deve ser coibida pela Polícia Militar.
A PM diz que motoristas que se sentirem prejudicados devem comunicar o caso à Corporação. Muitos deles, entretanto, têm receio porque precisam estacionar nos locais guardados pelos rapazes e temem retaliações.
Bancário, MAS, de 47 anos, comenta com a reportagem sobre a aparição dos guardadores. “Eles acabam conhecendo todos que estacionam por aqui. Não tem muita saída. É deixar aqui ou pagar mensalidade em estacionamento particular, mas nesta crise, o negócio anda muito caro. Se ligar para a Polícia, eles dão um jeito de descobrir quem foi e retalham”, disse. Um leitor que não quis identificar-se entrou em contato com o jornal para falar sobre outro fato ocorrido dia atrás, no estacionamento municipal.
Segundo ele, um homem deixou o carro parado para ir a uma sessão de fisioterapia e acabou sendo ríspido com alguns dos guardadores. Quando retornou, o dono do carro o encontrou com dois dos quatro pneus arriados. Ele levou o carro a uma oficina mecânica e soube que casos do tipo são cada vez mais comuns. Este mesmo leitor diz a O Diário que, pela manhã, guardadores colocam cones na faixa da direita da Rua Olegário Paiva, em frente a prédios comerciais, para guardar vaga. “Deveriam colocar zona azul para acabar com isso”, sugeriu. Em ocasiões anteriores, reportagens mostraram que outras partes de Mogi das Cruzes estão “loteadas”, como na parte central de Braz Cubas, por exemplo.
O assunto já foi discutido até mesmo durante sessões da Câmara Municipal, porém, nada se fez para vetar por completo a prática dos flanelinhas ou regulamentar e fiscalizar o trabalho destes grupos.
Fonte: O Diário - Mogi Das Cruzes - 18/02/2017