Por Jorge Hori*
Em nome do direito à cidade, uma minoria de ativistas, com apoio do prefeito de São Paulo, quer restringir o direito de uma grande parte dos cidadãos paulistanos. No domingo (19 de julho de 2015), numa bela tarde, a Avenida Paulista era um exemplo de convivência entre os diversos cidadãos: as calçadas cheias de pedestres caminhando, mas interrompidas por camelôs, artesões, músicos, pregadores e tudo o mais. E com todos eles sem lotar os espaços.
Na ciclovia, reforçada pela ciclofaixas, muitos ciclistas, mas aparentemente menos que os motoristas num anda e para do congestionamento da via.
Todos os que à Avenida quiseram ir, tinham o seu espaço, o seu direito ao que ela oferece.
Mas uma minoria quer tirar o direito dos cidadãos que querem circular pela via de carro, sozinhos ou com a sua família, para reservar todo o espaço para os pedestres, proibindo a circulação dos carros.
Se o direito é de todos, a Prefeitura não pode ou não deve decidir autoritariamente a proibição da circulação de carros e ônibus numa via estabelecida para isso, sem a devida audiência da população interessada. Ou submetê-la à Câmara dos Vereadores que, em tese, representa a população.
Se a razão para a interdição é o interesse público, esse precisa ser devidamente caracterizado.
A Avenida Paulista, a mais conhecida via pública da cidade, tem sido sucessivamente capturada por pequenos grupos, em prejuízo da maioria dos seus usuários.
O que não é aceitável é que pequenos grupos se adonem da Avenida Paulista, em nome do direito à cidade, e ao direito de manifestação, em detrimento a outros.
A solução deve ser a divisão dos espaços, jamais impedindo inteiramente a circulação dos veículos motorizados, a menos de raras ocasiões excepcionais que já estão estabelecidas.
* Jorge Hori é consultorem Inteligência Estratégicae foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.