O axolote, anfíbio do México famoso no jogo Minecraft e inspiração para personagens da série Pokémon, ganha um novo espaço no Zoológico de São Paulo em outubro. A exposição será dividida em três ambientes, com foco em educação ambiental.
A nova casa do axolote, com 232 m2, é a primeira novidade da Reserva Paulista, consórcio que venceu a concessão de Zoológico, do Zoo Safári e do Jardim Botânico de São Paulo por 30 anos.
O empresa pretende integrar os três espaços em um novo complexo turístico, chamado Biosfera Parque, que deve combinar a preservação de fauna e flora com a exploração de atividades comerciais, como a ampliação das atividades de restaurantes, lojas e eventos, como shows e casamentos.
A exposição começa com uma história sobre o habitat natural dos axolotes, no Lago Xochimilco, no México, e sua relação com a cultura do país. O anfíbio tinha destaque na mitologia asteca por ser considerado a reencarnação de Xolotl, deus do submundo.
"É um ambiente interpretativo que não trabalha simplesmente com a exposição. A gente tem primeiro uma interação do visitante com o bicho, que pode ser digital, com uma maquete ou um bichinho de pelúcia. Daí você vai para a área educativa", diz Celso Grion, da Effect Arquitetura, escritório que coordena o planejamento das intervenções no Biosfera Parque.
No segundo ambiente, os visitantes aprendem sobre o o ciclo de vida do animal, além de conhecerem os riscos para o habitat do axolote no México, por meio do toque em um diorama, quadro com diferentes texturas e que muda de cor.
Após a interação com conteúdos, a terceira área é onde acontece o encontro do público com os animas. Os bichos também ganham um embaixador, o youtuber Marco Túlio, que produz conteúdo sobre Minecraft. No jogo, os axolotes, com suas diferentes cores e espécies, são soldados marinhos.
Vencedora da concessão do Zoológico, do Zoo Safári e do Jardim Botânico, a Reserva Paulista quer aumentar o público dos parques, saindo dos atuais 1,2 milhão de visitantes anuais para 3 milhões em 2027, ao fim do principal pacote de intervenções, que começam com a ampliação dos estacionamentos.
O público será concentrado em um deque no entorno do lago central, de 30 mil metros quadrados, e direcionado a um dos centros de cada parque para iniciar a visita no espaço escolhido.
Os bichos serão organizados por biomas, mais amplos do que os atuais recintos, e o transporte interno do público será feito por um trem elétrico. O Zoo Safári, por sua vez, terá os caminhos remodelados e os passeios serão feitos em veículos do próprio parque, que deverão ser alugados.
Assim como a mudança na exposição do axolote para destacar o aprendizado, a Reserva Paulista quer intensificar o trabalho de conservação. Entre as parcerias, a concessionária aderiu a um programa de preservação e manejo de fauna silvestre sob a coordenação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), junto com a Azab (Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil) e outras instituições do setor.
A frente de eventos inclui uma ampliação de atividades e horários nos parques, incluindo o período noturno, com destaque para eventos no Jardim Botânico. "É o nosso ilustre desconhecido, que tem uma estrutura que permite ter eventos sociais e corporativos, que já acontecem. Por que não ter uma orquestra lá todo domingo ou toda quinta-feira?", diz Eduardo Rigotto, sócio-gestor.
Até o início da concessão, em 2021, a gestão do Zoológico cabia à Fundação Parque Zoológico de São Paulo, que segue responsável por atividades de pesquisa no parque e no CECFau (Centro de Pesquisa e Conservação da Fauna do Estado de SP), localizado em Araçoiaba, no interior paulista.
Folha de S. Paulo, 27/09/2022