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Após seis anos, tarifa da Zona Azul será reajustada em Londrina (PR)

Sem reajuste desde 2016, começou a valer dia 1º a nova tarifa da Zona Azul em Londrina. O valor pela meia hora estacionada passará dos atuais R$ 0,85 para R$ 1,25. Autorizada pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), a medida passará a vigorar por meio de decreto do executivo.  Entre os usuários, o anúncio do reajuste divide opiniões. O técnico em edificações, Pedro Luíz Galindo Peres, 65, concorda que a tarifa seja recomposta depois de tanto tempo sem correção.  "Eu acho que um pequeno ajuste é justo. Faz muitos anos que está nesse preço." No entanto, para o autônomo Israel Sturki, 36, o novo valor é um absurdo se não aumentar o tempo limite para meia hora. "Se deixamos o carro na rua, não tem seguro. Se alguém quebrar o vidro dele, não vão te ressarcir", argumentou, embora admita que pelas causas sociais um pequeno reajuste seja justificável.

De acordo com Wellington Marcatti, coordenador da Zona Azul, o pedido de recomposição tarifária ocorreu esse ano e passou por uma análise. Ele contou que a última correção nos valores aconteceu em 2016 e, de lá para cá, os custos do serviço aumentaram substancialmente.

“Entendemos que essa readequação veio num momento importante e nos dará fôlego para continuar aplicando recursos em nossas atividades socioeducacionais”, afirmou o coordenador. As ações a que ele se refere são desenvolvidas pela Epesmel (Escola Profissional e Social do Menor de Londrina), instituição responsável pela gestão do estacionamento rotativo na cidade.

Além da sede, que funciona na avenida Angelina Ricci Vezozzo, a Epesmel mantém unidades no conjunto Mister Thomas, no jardim Interlagos e no distrito de Paiquerê. Ao todo, a entidade atende cerca de 1.500 crianças e adolescentes em programas sociais que visam à formação e inserção profissional, ao fortalecimento de vínculos e à iniciação esportiva.

Segundo Marcatti, em 2022 foram arrecadados, em média, R$ 350 mil mensais com a Zona Azul. Os valores coletados, afirmou o coordenador, são revertidos integralmente na manutenção do serviço, que conta com aproximadamente 60 funcionários e dispõe de 120 parquímetros espalhados pela área urbana, e nos projetos sociais tocados pela Epesmel.

Mesmo com o reajuste, a Zona Azul em Londrina segue com preços menores do que os praticados nas cidades de Curitiba, Florianópolis e Caxias do Sul (R$ 3 a hora), onde o modelo de aplicativos e parquímetros também estão à disposição do munícipe.

“Temos 1500 atendimentos mensais em nossos projetos sociais e todos os recursos são utilizados neles. Nos últimos anos tivemos aumento de custos relativos à administração dos serviços da Zona Azul, como reajustes salariais e reajustes nas despesas. Fizemos uma planilha e protocolamos esse valor que achamos que é justo”, destacou.
Marcatti explicou que o aumento da tarifa contempla a ampliação do sistema. “Alguns estudos já estão sendo desenvolvidos pela CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e próprio Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) para a implantação em novos locais, mas acredito que em um futuro próximo pode acontecer em outros locais.” A avenida Duque de Caxias e a Gleba Palhano estão com estudos mais adiantados para isso, para proporcionar mais democratização do espaço público.

De janeiro até dia 31 de agosto, a CMTU emitiu 1.400 autos por uso indevido da Zona Azul. O diretor de trânsito da CMTU , Major Mário Celso Andrade, afirmou que o maior exemplo da importância do estacionamento rotativo ocorre na avenida Bandeirantes. “Temos lá nossas maiores clínicas e serviços médicos e se as vagas forem ocupadas pelos médicos e enfermeiros o dia inteiro,  aquela pessoa que precisa da vaga em uma emergência não consegue a vaga, e acaba dando voltas para poder estacionar. Esse sistema de rotatividade faz com que a vaga fique próxima de onde a pessoa precisa.”  Ele ressaltou que o reajuste é justificável, já que isso não ocorria há seis anos em um serviço muito essencial ao município, principalmente por ter cunho social.

O  Diretor da Epesmel, Padre Carlos Alberto Wessler, afirma que o reajuste vai colaborar muito na qualidade dos serviços prestados na entidade. “Estamos há 46 anos em Londrina e já passaram por aqui quase 50 mil crianças, adolescentes e jovens. Hoje estamos atendendo 1400 crianças e adolescentes em programas sociais e com esse recurso em implementação estamos fortificando os programas e para o ano que vem vamos ampliar 500 a 600 delas e passaremos a atender um total 2 mil crianças e adolescentes.”

A Epesmel possui dois programas principais, que são o Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, que atende jovens de 7 a 15 anos; e também o Programa de aprendizagem profissional e inserção no mercado de trabalho. O primeiro é mais lúdico e é destinado para fortalecer o vínculo com a política, com a cultura, com a família, com a cidadania e com o lazer. O segundo prepara o adolescente com cursos e forma os jovens para inserção no mercado de trabalho na situação de aprendiz. “Eles frequentam a escola regular e no contraturno participam dos serviços sociais na Epesmel.”, destacou.

Londrina possui atualmente 2.359 áreas de estacionamento regulamentado. A maior parte delas, 1.758 vagas, está distribuída pelo quadrilátero central. A avenida Bandeirantes concentra 416 espaços e, na região do Centro Cívico, são 185 lugares disponíveis. 

Além dos totens instalados nas ruas, que convertem as moedas inseridas em tempo de estacionamento, os créditos para utilização das vagas podem ser adquiridos com os trabalhadores que operam o serviço. O pagamento pode ser feito em dinheiro, nos cartões de crédito e débito e, ainda, via pix.

Uma maneira mais prática e rápida de efetuar a compra é por meio do aplicativo Estacione Legal, disponível para dispositivos Android e iOS, que possibilita a obtenção de créditos com pagamento on-line e por boleto. O aplicativo permite, inclusive, a recuperação dos valores pagos e, eventualmente, não utilizados.

Marcatti explicou que desde o ano passado a sistemática da Zona Azul está em transformação. “O aplicativo Estacione Legal já é responsável por 55% dos acionamentos das pessoas que utilizam o estacionamento rotativo e isso faz com que tenhamos os colaboradores nos pontos mais necessários.” Ele apontou que os parquímetros são instalados conforme a demanda e os colaboradores, que fazem todo o atendimento ao usuário, com venda de cartão e venda de tempo e recarga ao próprio aplicativo, ficam nos locais em que são mais requisitados.

Folha de Londrina - Londrina - PR - 01/09/2022

Categoria: Geral


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