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Zona Azul privatizada: seria o fim da extorsão dos flanelinhas? (SP)

 

A ideia de privatizar o sistema de Zona Azul não é nova. O prefeito Paulo Maluf já tinha batalhado por este modelo, quando em agosto de 1996 enviou para a Câmara um projeto que, se aprovado, resultaria em uma licitação para a exploração privada do estacionamento nas vias públicas por um período de 30 anos.

Quase três décadas depois, finalmente parece que este desejo está prestes a se concretizar. No dia19, aPrefeitura, por meio das Secretarias Municipais de Desestatização e Parcerias e de Mobilidade e Transportes, publicou o edital para concessão deste serviço, que poderá ser explorado por empresas nacionais ou estrangeiras por 15 anos. Trata-se de um sistema lucrativo, e que se tornou ainda mais rentável deste a introdução da Zona Azul Digital, em 2016.

Com esta nova tecnologia, em que se paga pelo estacionamento em lugares públicos via aplicativos e em quase 2 mil pontos de venda, o sistema – que com os antigos talões de papel rendia cerca de R$ 850 mil por mês aos cofres municipais – passou a arrecadar cerca de R$ 6,5 milhões mensalmente.

Daí a expectativa de que não faltarão empresas interessadas em explorar o serviço. Mas, para isso, terão de fazer uma oferta mínima de R$ 595 milhões (valor que pode ser parcelado até dezembro de 2020) e a vencedora assumirá ainda uma mensalidade de ao menos R$ 950 mil até o fim da concessão. Tudo isso pode gerar à Prefeitura até R$ 1,3 bilhão ao longo dos 15 anos. Outra exigência é que sejam criadas 9.781 novas vagas, que farão com o estoque de espaços disponíveis para estacionamento supere a casa dos 50 mil. Este novo contrato deve ser assinado em junho e a boa notícia é que, pelo menos por enquanto, o preço segue o mesmo (R$ 5), devendo ser alterado anualmente conforme o IPCA.

O caso parece bom para ambas as partes: Prefeitura e o vitorioso da licitação. Tomara que seja bom também para os motoristas. Estes, em muitas situações quando precisam comprar o ticket digital, acabam sendo vítimas dos “flanelinhas”, que, mesmo portando as maquininhas credenciadas, cobram tarifas acima da oficial, lucrando também com o sistema. O fato é sabido, o que não se sabe ainda é como impedi-lo.

Fonte: Metrô News - 23/01/2019

Categoria: Cidade


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