Por Jorge Hori* - A vacinação contra o coronavírus SARS-COV 2 é o maior desejo de grande parte da população, com a sensação de alívio dos que já foram vacinados, ainda que só uma vez, e de ansiedade dos que ainda não o foram, aguardando por sua vez.
Essa ansiedade não foi considerada pela Prefeitura de São Paulo, assim como pela população com mais de 80 anos, que correu em magote ao posto no Estádio do Pacaembu, criando filas e demora de mais de sete horas.
Desconsiderou que o grupo de 80 a 84 anos é cerca do dobro do grupo anterior de 85 a 89 anos e não dobrou a estrutura de atendimento. Agora, no dia 3 pretende vacinar o grupo entre 77 e 79 anos. Apesar da redução da faixa, envolvendo apenas 3 idades e não mais 5, poderá ter problemas de atendimento no primeiro dia, embora seja um dia no meio da semana. Os idosos podem estar aposentados, mas os motoristas que irão levá-los aos postos não.
A Prefeitura e o Governo de São Paulo não têm como mudar o calendário já definido, mas provavelmente irão alterar os grupos e datas futuras, uma vez que os contingentes são cada vez maiores. Precisarão reduzir o próximo grupo para duas idades (76 e 77) e, subsequentemente, para uma, tendo que prolongar o tempo de vacinação.
O processo tem enfrentado obstáculos em fila. Resolvido um, logo emerge outro. O obstáculo da disponibilidade de vacinas estaria próximo de ser superado, mas só teria folga a partir de abril, com as entregas prometidas para março.
O novo obstáculo é a mobilização dos profissionais de saúde para a vacinação.
O impacto dos problemas e retardamento na vacinação será de continuidade das restrições de movimentação dentro da cidade por mais tempo. Assim como do funcionamento do comércio e demais atividades econômicas.
A retomada da economia está sendo mais uma vez adiada.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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