O presidente Sergio Morad esclarece que não é o autor da referida frase, muito menos foi consultado por nenhum jornalista desse prestigioso órgão de imprensa e do qual solicita imediata retificação.
Eis a íntegra da reportagem:
Com o volante dos outros (22/04/2009)
Desde o último dia 9 de abril, a vida dos donos de valets ficou mais fácil. Estacionamentos alternativos em prédios comerciais, postos de gasolina e terrenos baldios foram liberados pela Prefeitura. Antes, os carros de clientes deviam ser deixados apenas em locais próprios para esse fim. Um dos objetivos da medida é fazer com que os manobristas parem de largar os automóveis nas ruas. Apesar de ilegal, essa prática ocorre com certa freqüência.
Numa quinta-feira do mês passado, por exemplo, a arquiteta Katiene Ongarato deixou as chaves de seu Ford Ka vermelho no valet do bar Pero Vaz, na Vila Madalena. O serviço é terceirizado pela empresa Imperio's Park, que garante levar os carros a um posto na Rua Fradique Coutinho. Mas, em vez de ir até o local combinado, o manobrista parou o veículo na via pública, a menos de cinco minutos a pé do bar (veja fotos acima). "Acho um absurdo sair para relaxar e ser enganada dessa forma", reclama Katiene.
Responsável pelo serviço de valet do bar Posto 6, na Rua Aspicuelta, também na Vila Madalena, a Porto Valet adota expediente parecido. Embora possua pelo menos um estacionamento, deixa parte dos automóveis que recebe na Praça Professor Resende Puech.
O hábito não é exclusivo dos valets. Em fevereiro, enquanto passeava com seus três cachorros pela Rua Chabad, no Jardim Paulista, a tradutora Christina Rostworowski viu seu carro modelo Fox parado na via, em frente à garagem de um prédio. "Fiquei espantada, porque ele deveria estar no estacionamento do qual eu era mensalista", conta. Christina se queixou do ocorrido com o manobrista do Italbras Estacionamento e Serviços. "Ele alegou que era instruído a deixar os automóveis na rua para liberar vagas." O dono da empresa, que se identificou como Sandro, afirma que os veículos só são retirados no momento das manobras. "Ficam na rua por poucos minutos, o suficiente para estacionarmos outros automóveis na parte interna."
Parar em via pública não é o único dos deslizes desses estabelecimentos. Localizado no número 1.799 da Rua Oscar Freire, o Val-Cel costuma ultrapassar sua capacidade de 80 vagas. Durante a manhã, horário de pico, os manobristas são flagrados utilizando a rampa de entrada como estacionamento. "Alguns estacionamentos cometem irregularidades para suprir a alta demanda por vagas", reconhece Sergio Morad, presidente do Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo.
O excesso de veículos aumenta o risco de colisões. Quem for lesado pode recorrer ao Procon. "Aplicamos multas que chegam a mais de R$ 3 milhões, dependendo da condição financeira do proprietário", diz o diretor de fiscalização do órgão, Paulo Arthur Góes.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 22 de abril de 2009