Vencida a euforia inicial com a aprovação do texto básico da reforma da Previdência, em primeiro turno, com 379 votos, 71 a mais que o mínimo necessário, aquele foi sendo desidratado pela aprovação de alguns destaques de interesses corporativos. O mais grave foi o das concessões aos policiais, patrocinados pelo presidente da República, que atuou como líder sindical. Não pelo valor dos impactos diretos, mas por representar um retrocesso à reforma da Previdência de 2003 e se caracterizar como um precedente estimulando outras corporações a tentar, através de destaques e pressão direta sobre os senadores, uma alteração a seu favor.
Embora desidratada, já foi precificada pelo mercado e provocou uma melhora no ambiente de negócios. Mas é insuficiente para animar a produção e os investimentos. As autoridades econômicas estão preparando um pacote de medidas pós-Previdência, com várias privatizações de estatais, quebra do monopólio do transporte de gás da Petrobras etc., mas o que falta mesmo é ampliar a demanda. Qualquer tentativa de ampliação artificial por medidas pontuais, como liberação de parte do FGTS e outras já tentadas, terão impacto limitado e não duradouro.
Os macroeconomistas - na sua maior parte - já jogaram a toalha, passaram para o campo dos pessimistas, prevendo até uma recessão. Os otimistas ainda consideram a perspectiva de um aumento abaixo de 1% em 2019.
Dentro dessa perspectiva macro de estabilidade, em patamar baixo, haverá atividades que crescerão muito acima da média e outras bem abaixo.
Dependerá das estratégias empresariais na percepção da concorrência e da conquista de clientes.
A atividade de estacionamento pago tem, de um lado, um aumento da frota de automóveis e das viagens por carro. De outro, a concorrência dos aplicativos.
Total informatização dos estacionamentos, segundo novas tecnologias que permitam ao motorista fazer tudo dentro do carro, será uma alternativa.
Fazer como fizeram os cinemas, transformando as grandes salas em salas menores, deverá ser outra alternativa para os megaestacionamentos.
Essas existem e dependem de criatividade e pensar "fora da caixa".
*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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