Por Jorge Hori*
Os estacionamentos pagos caminharão em dois sentidos:
- um de popularização, pela tentativa de os estacionamentos reduzirem os preços para atrair os clientes;
- outro de elitização, com oferta de serviços, com preços mais elevados.
O caminho da popularização poderá ser um suicídio, para aqueles que não têm uma demanda primária vinculada, com atendimento de um entorno genérico.
Para manter custos mais baixos, compatíveis com tarifas menores, terão que recorrer à sonegação de impostos, mecanismos informais de contratação de empregados, assumindo os riscos de eventual penalização pelas irregularidades.
Haverá sempre espaço para os "Zezinho Parking", que aparecem e desaparecem, deixando dívidas. E fazendo concorrência predatória com os estacionamentos formais, com bandeiras próprias.
O estacionamento com políticas de preços baixos têm que concorrer com as Zonas Azuis e com os aplicativos. E também com as vagas não pagas na via pública.
Para concorrer com o transporte público teria que chegar ao piso de R$ 8,00.
Por outro lado, resistirão os estacionamentos que oferecem comodidade. Essa se caracteriza pela proximidade do seu destino final, disponibilidade de vagas, pelos serviços de manobristas.
A condição primeira, de proximidade, significa ter uma demanda primária vinculada.
E precisará ter preço compatível para cobrir os custos, tendo como elemento principal a locação da área. Uma vez que o detentor da demanda primária cobrará pela mesma.
A questão estratégica estará em negociar os valores da locação das áreas junto ou próximas dos locais da demanda primária.
*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.