Parking News

Os prováveis cenários econômicos para 2021

 

Por Jorge Hori* - Os cenários de São Paulo em 2021, assim como de outras cidades no Brasil e no mundo, estarão vinculados aos momentos, amplitude de aplicação e eficácia da vacina imunizante contra o novo coronavírus.
As restrições estabelecidas pelas autoridades públicas para conter a disseminação do coronavírus, ao longo de 2020, contiveram uma demanda pela liberdade de ação pelas pessoas, em busca de uma vida normal. Do que cada um e o conjunto da sociedade consideram uma vida normal.
Implica, por exemplo, ir à praia para tomar sol e banho de mar, em dias ensolarados, formando aglomerações, assim como ir ao boteco tomar "umas e outras com amigos”, sem máscaras e sem respeitar as distâncias mínimas. Com as festas de final de ano, reunir a família e os amigos em refeições de confraternizações, ou ir às ruas comemorar a passagem de ano.
As flexibilizações nas restrições adotadas pelas autoridades, supostamente por motivos políticos e eleitorais, resultaram num recrudescimento das contaminaçôes, demanda por internações superando a capacidade de atendimento pelos sistemas de saúde e nova aceleração das mortes por COVID-19.
As autoridades estão sendo obrigadas a retomar medidas restritivas mais rígidas, contrariando o desejo da maioria das pessoas, que resistem em não comemorar, como sempre o fizeram, o período das festas.
O impacto é inexorável: o ano de 2021 vai começar com aumento de contaminações e mortes e uma grande expectativa das pessoas em poder receber a vacina o quanto antes.
O eventual atraso na liberação de vacinas, prontas para serem aplicadas, por razões políticas, poderá gerar revoltas populares nos grandes centros.
Alguns acham que a vacina é curativa. Farão as festas, formarão ou irão a aglomerações, sem máscaras, achando que depois com a vacina estarão livres da doença.
Vencida a primeira fase, com parte da população vacinada, a sociedade tende a voltar ao normal. Mas poderá ser o velho normal, um novo normal inteiramente diferente do anterior ou apenas um pequeno ajuste do velho normal, com a incorporação de novas tecnologias.
A principal alteração provocada pelo combate à pandemia, viabilizada pelas tecnologias digitais, foi a ampla utilização dos serviços em domicílio, seja o home-office, isto é, o trabalho feito em casa, como as compras e entregas no domicílio.
Haverá um refluxo no trabalho e entregas em casa, mas uma grande parte persistirá, com reflexo, principalmente, na mobilidade urbana. Com grande diferença segundo classes de renda: haverá maior consolidação do "home-service", ou "tudo em casa", entre a população de maior renda e um retorno às atividades presenciais entre trabalhadores, estudantes e outros que não dispõem de espaço e recursos para o "fique em casa".
O transporte coletivo deverá voltar à normalidade, mas com redução da demanda anterior.
Muitos dos que migraram do transporte individual para o coletivo vão retornar ao individual, por precaução ou por receio de contaminação. O retorno dessas pessoas será lento e gradual, orientado pela amplitude da vacinação e dos impactos efetivos nos níveis de contaminação, de internações e de óbitos.
Neste sentido todo o ano de 2021 deverá ser de transição, com a expectativa da população de que poderá voltar às comemorações presenciais das festas.
Frustrando os que apostam na retomada verde, que será, mais uma vez, adiada.
O volume de automóveis em circulação voltará a crescer, a demanda por vagas de estacionamento também, embora não nos mesmos níveis pré-pandemia.
Outra tendência relevante será a desconcentração das atividades de destino da movimentação das pessoas, seja para trabalho, como para consumo e outras atividades urbanas.
Essa aproximação levará ao aumento da movimentação a pé ou por bicicleta, mas não irá reduzir substancialmente o número de veículos em circulação. Haverá, no entanto, uma redução de passageiro/km, determinando redução no consumo de combustíveis. Apesar dessa redução, a curto prazo, o consumo seguirá elevado, em função da lei da oferta e demanda. A tendência de redução do consumo tem levado à redução do preço dos combustíveis fósseis, o que gera maior demanda. Mesmo para curtas distâncias, haverá ainda o uso de automóveis, seja próprio, como de aplicativos.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


Outras matérias da edição

Que estejamos juntos em 2021

Estamos já nos despedindo de 2020, um ano atípico, porém de muitos aprendizados, que certamente nos serão úteis (...)

Boas Festas!

A Diretoria do Sindepark deseja a todos os associados, colaboradores e fornecedores um Natal de paz e harmonia (...)

Shoppings repaginados (RJ)

Com a pandemia, os shoppings foram repaginados, física e virtualmente. Espaços ao ar livre foram valorizados e diferentes canais de vendas foram criados (...)


Seja um associado Sindepark