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Novos paradigmas para a economia em 2020

 

Por Jorge Hori* - A melhoria do varejo no final do ano impulsionado por dois eventos (Black Friday e Natal), associada a uma redução da taxa de juros, animou os economistas e a sociedade organizada com a perspectiva de uma melhoria sustentada da economia em 2020. Nem mesmo o aumento da carne arrefeceu o ânimo da torcida.

O primeiro semestre de 2020 será ainda de calmaria, mantendo as expectativas favoráveis, com a divulgação dos resultados do último trimestre de 2019. Em fevereiro saem os dados trimestrais da PNAD continua e no começo de março do PIB do último trimestre, consolidado o PIB do ano de 2019.

Mas até março serão divulgados os dados mensais da PNAD que indicarão a continuidade da recuperação dos empregos ou a reversão após o surto do final do ano.

A reversão é provável, mas poderá ser forte, jogando uma "ducha de água fria" ou refletir um pequeno ajuste sazonal.

Ainda em janeiro os dados do CAGED deverão indicar a provável queda dos empregos formais em dezembro, como tem ocorrido em todos os anos. Será um indicador crucial para o ânimo dos jogadores, isto é, dos agentes econômicos, que irão balizar as suas decisões de investimentos, de produção e de empregos pelos "sinais vitais" do primeiro trimestre.

O último trimestre de 2019 foi dominado pelos consumidores e eles voltarão a dominar no mesmo período de 2020. Eles "puxaram" o crescimento da economia, mas nos demais períodos terá que ser "empurrado" pela produção.

A indústria brasileira, à semelhança da agropecuária, passará a viver de ciclos e surtos, sem a continuidade usual.

As elevadas taxas de juros fizeram com que os consumidores de bens duráveis mudassem seus comportamentos. Em vez de comprar a prestações de longo prazo, passaram a guardar o dinheiro e comprar à vista na Black Friday. Se seguirem o mesmo comportamento, irão gerar períodos de vácuo na produção industrial, com impactos sobre os empregos.

A indústria automobilística enfrenta igualmente substanciais mudanças. As naturais renovações do carro usado estão deixando de ocorrer, com os proprietários preferindo usar os carros de terceiros, chamados por aplicativos.

Em tese, como cada veículo atende a mais pessoas, os índices de renovação tendem a ser menores.

Com as sucessivas mudanças provocadas pela tecnologia e hábitos dos consumidores a evolução da economia não será a mesma dos anos anteriores.

Quem ficar preso aos paradigmas anteriores não conseguirá avaliar adequadamente as perspectivas.

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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