Soluções possíveis para minimizar o alto índice de sinistralidade que vêm ocorrendo nos estacionamentos e garagens, principalmente na cidade de São Paulo, foi o tema de live dia 26 de outubro promovida pelo Sindepark e a FBB Corretora de Seguros, além de diversas informações atualizadas quanto à contratação de seguros diante do cenário atual. A live foi aberta pelos vice-presidentes do Sindepark Márcio Tabet e Sergio Morad, que ressaltou a importância de ações em comum para enfrentar o problema que ocorre em todos os estacionamentos, envolve todas as empresas: ”As ações basicamente devem ser feitas em âmbito operacional para que com isso de fato possamos conseguir minimizar os sinistros. É importante que o nosso pessoal de gestão, o pessoal operacional tome as providências para que possamos cumprir os nossos objetivos de minimizar os sinistros e com isso viabilizar a continuidade dos seguros, que são fundamentais, hoje são uma obrigação da atividade, mas o seguro, como qualquer outra atividade empresarial, tem que gerar lucro e para que continue sendo um negócio viável é importante que nós colaboremos nesse esforço de reduzir os sinistros e viabilizar os negócios.”
Em seguida, o representante da FBB, Paulo Jatene Bosisio, responsável pelo departamento jurídico e sinistros da empresa, apresentou Flavio Bosisio, seu pai e fundador da FBB, e explicou que a FBB tem 33 anos de mercado, sempre voltada aos seguros de estacionamentos (RC garagista), e justificaram a realização da live em virtude da grande preocupação atualmente com a alta sinistralidade. Isso porque hoje os carros têm valores altíssimos, assim como suas peças, e se os sinistros não forem reduzidos, pode ficar inviável continuar com esse tipo de seguro: “É um ramo muito importante, mas complicado, tanto que temos 11 mil corretores no mercado, temos só nós e mais um ou dois corretores e mais uma ou duas seguradoras, é um ramo muito tanto para os estacionamentos quanto para terceiros. E não se limita aos veículos, incluindo até danos corporais. A questão é como evitar esses sinistros, porque senão num futuro muito breve teremos grandes problemas”, ressaltou Flavio.
Paulo, que é sócio e filho de Flavio, destacou que a live ficou gravada (https://www.youtube.com/watch?v=VAQkGEe9FKc), para que o manobrista, o colaborador que está na linha de frente, no dia a dia dos estacionamentos, possam assistir, assim como o gerente, o supervisor, o dono, o CEO. “A ideia não é só ficar nesta live, a ideia é juntar todo mundo para fazermos um trabalho em conjunto em prol do mercado. Temos levado esse tema para outros clientes, é preciso propagar essas ideias.”
Flavio e Paulo lembraram que na pandemia, já que muitos serviços, comércios, estacionamentos ficaram fechados. Foram dados descontos, reduziram-se preços e franquias. Para Paulo, uma combinação explosiva, porque no período pós-pandemia, além dos valores menores, houve aumento de sinistros.
Ele citou que é importante também ter a parceria de autoridades públicas, e por isso levaram as informações sobre o grande número de sinistros ao Divecar. Segundo Paulo, os roubos em estacionamentos, que eram em torno de 200, subiram 15, 20% pós-pandemia e os valores sobem muito mais. E disse que nessa divisão as pessoas achavam que não havia roubos em estacionamentos, então é importante levar informações a um número cada vez maior de entidades e empresas.
Uma ação proposta é a confecção de um manual de boas práticas, para que o pessoal possa colaborar com a redução dos sinistros. Por exemplo, colocar a chave do veículo no para-brisa ou no pneu é uma atitude que facilita o crime. “É muito delicado isso, é preocupante, porque são mais de 200 casos este ano, e a maioria de roubos são de SUVs, o Jeep Compass, BMWs, picapes. Então, a orientação é que se estacionem esses SUVs premium atrás, não na frente, em hipótese alguma deixar a chave no veículo, cada operação tem a sua particularidade, ninguém aqui quer ensinar absolutamente nada a vocês, mas procuramos alertar sobre o que tem acontecido, tem empresa que pode quebrar se levarem um carro de R$ 300.000.”
Segundo ele, o prejuízo não é só da seguradora, mas também dos estacionamentos, por causa das altas franquias que terão de ser cobradas. Também falaram sobre a Hilux, que é um caso à parte, pelo alto número de furtos.
Outra sugestão é que não deixem ninguém na garagem, no pátio. Foram mostrados vídeos em que os bandidos entram tranquilamente pela rampa, dificilmente passam pela portaria. Paulo aponta a necessidade de alertar o pessoal da linha de frente sobre estar no celular e o ladrão também, mas o funcionário no guichê não vê o bandido passar. É preciso inibir a ação do criminoso, instruindo sobre as diversas formas de subtração de veículos e como várias atitudes dos funcionários podem colaborar para que isso aconteça.
Ele disse que pelo número expressivo de pessoas que assistiram à live, mais de 250, estão entendendo a importância do tema e a compreensão de que, se não se alterar a situação, todos perdem, porque as franquias terão de acompanhar esse movimento do mercado.
Entre outras atitudes que podem colaborar, vale também orientar o cliente por meio de placas para verificar se o veículo ficou realmente fechado após o acionamento do controle remoto.
Ele também ressaltou que medidas preventivas, de inibição dos crimes, é diferente de ser herói, nos casos em que os ladrões entram armados. Segundo Paulo, porém, são baixos os casos em que os bandidos chegam ameaçando com armas.
Na transmissão, que durou mais de uma hora, e está disponível no canal do YouTube da FBB, foram dadas várias dicas e situações que mostram o modus operandi dos bandidos, assim como falaram de colisões, principalmente por causa do uso do celular, que causa distração, pode tirar a atenção de quem está realizando uma manobra. Também se alertou para se fazer a vistoria do carro ao entrar no estacionamento, para evitar reclamação posterior do cliente dizendo que uma avaria foi lá no estabelecimento e se não foi, se terá como provar.
Ao encerrar, todos concordaram que para enfrentar a violência que está atrapalhando a atividade de estacionamentos é preciso trabalhar em conjunto. As sugestões citadas na live foram apenas um primeiro passo para buscar soluções para os problemas de sinistros.