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Garagem em condomínio vira diferencial (Goiânia/Goiás)

As vagas de garagem deixaram de ser um item obrigatório para todas as unidades dos empreendimentos residenciais de Goiânia. Desde a aprovação do novo Plano Diretor da capital, a exigência é que o condomínio ofereça uma vaga a cada 100 metros de área privativa.

Esta mudança já está reduzindo o número de vagas ofertadas nos projetos de muitas incorporadoras. A expectativa é que os compradores que optarem por um apartamento sem garagem, principalmente nas moradias de interesse social, possam pagar entre 10% e 15% menos pelo imóvel.

No Plano Diretor anterior, todos os apartamentos com até 100 metros deveriam ter, pelo menos, uma vaga. Já o novo plano não exige mais vagas para todas as habitações. Já a metragem padrão subiu de 2,4 metros de largura por 4,8 metros de profundidade, para 2,40 por 5 metros. Nas habitações coletivas, a obrigação de ter 20% de vagas grandes, com 2,5 metros de largura por 5,5 metros de profundidade para carros maiores, também acabou.

O gerente de Gestão Territorial e Mobilidade da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh Goiânia) e coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Diretor de Goiânia, Jonas Guimarães, explica que a mudança na metragem padrão veio para uma adequação nas habitações coletivas. Nas casas geminadas, unifamiliares (isolada no lote) e as seriadas (uma ao lado da outra) continua sendo obrigatório ter uma vaga. Vagas excedentes ao que manda a legislação podem ter os tamanhos P ou G.

Segundo ele, esta é uma tendência do urbanismo moderno para incentivar o transporte ativo, ou seja, os meios mecânicos, como a caminhada e bicicleta. "Durante as audiências públicas para definição do Plano Diretor, levantou-se a possibilidade de não obrigatoriedade de vagas porque o mercado apontou que muitas pessoas estavam preferindo não ter mais carro", explica o gerente da Seplanh.

De acordo com ele, a intenção foi não obrigar, mas dar opção ao morador, pois muita gente já adquire imóveis perto do trabalho ou com uma distância que possibilita ir de bicicleta. "A pessoa não precisa pagar por algo que não irá usar. Isso está alinhado ao Plano Nacional de Mobilidade, que prioriza o transporte ativo e o público, tirando a prioridade do individual", destaca Guimarães.

Por isso, as edificações próximas aos eixos de transporte público ou adensáveis, como Anhanguera, T-9 e BRT Norte-Sul, têm a opção de não oferecer vagas para todos os apartamentos e a tendência é de uma quantidade menor de veículos nestas regiões.

Antes, um apartamento de 210 metros quadrados precisava ter 3 vagas de garagem. Agora, são apenas duas, pois a exigência é de uma a cada 100 metros de área privativa. "O intuito é tirar veículos de várias regiões. Entendemos que com novos empreendimentos com menos vagas conseguiremos reduzir isso com o tempo", prevê o coordenador do Grupo de Trabalho do Plano Diretor de Goiânia.

As novas regras valem para os projetos protocolados a partir de 1º de setembro 2022. O diretor comercial da GPL Incorporadora, Eloy Pinheiro, lembra o case do empreendimento Hello, no Setor Universitário, que é 90% voltado para o público investidor. Com unidades studio de um quarto, dois quartos ou com três suítes, ele conta com três tamanhos de garagem (P, M e G). Pinheiro lembra que, por muito tempo os projetos de studio não eram viabilizados porque a legislação não permitia a entrega sem garagem.

Segundo ele, uma tendência de grande centros já chegou em Goiânia, com muitas pessoas começando a ter outras preferências e abandonando o carro para usar mais Uber e outros meios de transporte.

"Para o investidor, por exemplo, a garagem não é uma necessidade", destaca o diretor da GPL. No empreendimento Hello, os moradores puderam comprar a vaga avulsa, sendo que as disponíveis atenderam 40% das unidades de studio. Todas as demais unidades foram vendidas com garagem.

Pesquisas já mostraram que apenas 35% dos turistas que alugam imóveis por temporada precisam de garagem. Para Eloy Pinheiro, a liberdade proporcionada pelas novas regras do Plano Diretor possibilitaram algumas inovações no mercado goianiense.

Ele informa que o empreendimento Hello também deixou algumas vagas disponíveis para o próprio condomínio gerenciar, destinadas à locação, o que ajuda a reforçar o caixa e reduzir a taxa mensal para os moradores. "Mais de 50% das vagas disponíveis acabaram sendo vendidas para apartamentos maiores, que precisavam de mais vagas", conta.(Imagem: arquivo CNB)

O Popular - Goiânia - Economia - GO - 10/08/2024

Categoria: Geral


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