Depois da associação dos fabricantes, a Anfavea, divulgar sua primeira projeção para o mercado indicando tombo de 40% nas vendas de veículos leves e pesados este ano, que totalizariam 1,67 milhão de unidades, foi a vez da federação dos concessionários, a Fenabrave, revelar a sua previsão, um pouco mais otimista do que a das montadoras. A entidade estima a venda de 1,77 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2020, o que resultará em retração de 36,6% sobre 2019.
A Fenabrave projeta um ano melhor do que a Anfavea em todos os segmentos do mercado nacional de veículos. No recorte da maior porção das vendas, de automóveis e comerciais leves, a associação dos concessionários prevê o total de 1,67 milhão de emplacamentos no todo, em queda de 37% sobre 2019. Para o mesmo período a projeção da Anfavea é de 70 mil unidades a menos, 1,6 milhão, retração de 40% na comparação com o ano passado.
Para o mercado de caminhões, no qual já existe falta de modelos extrapesados com capacidade de carga acima de 30 toneladas, com pedidos que só serão atendidos em outubro, a projeção da Fenabrave é de 82.854 veículos vendidos até o ano, o que representará recuo de 18,6%, bem menor do que a contração de 36% projetada pela Anfavea, que espera a venda de apenas 65 mil caminhões em 2020.
Nas vendas de ônibus, até aqui as mais afetadas pela crise, a discrepância de expectativas entre as duas entidades também é grande. A Anfavea espera a comercialização de apenas 10 mil unidades este ano, o que representam forte retração de 52% sobre o ano anterior. Já a Fenabrave projeta 16.554 emplacamentos de ônibus em 2020, em queda de 39% sobre os números da própria entidade em 2019. Neste segmento, as associações têm contagens diferentes, uma focada nos chassis pesados e não encarroçados vendidos pelas montadoras, outra nas vendas de todos os veículos classificados como ônibus.
“Começamos o ano com expectativa de alta geral do mercado de 9% a 10%, mas a pandemia reverteu tudo para um ano de queda expressiva e generalizada do mercado. Nossas novas projeções revelam isso, mas ainda falta previsibilidade e os números ainda podem mudar”, afirmou Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave.
Fonte: Automotive Business, 02/07/2020