Desde o dia 25, a Avenida 23 de Maio conta com todos os elementos de sinalização horizontal e vertical previstos para a faixa azul, bem como as demais medidas de educação e acompanhamento da sua utilização. A faixa para motos não é exclusiva e foi implantada de forma experimental no trecho entre a Praça da Bandeira e o Complexo Viário Jorge João Saad, no sentido Aeroporto. No sentido Santana, não há faixa.
Para a implantação do espaço, foram feitos ajustes nas faixas dos outros veículos, entre as quais, a redução da largura da faixa de ônibus, sendo padronizada em 3,4 m.
Em entrevista ao Diário do Transporte, o diretor de planejamento e projetos da CET, Luiz Fernando Devico, em 11 de janeiro de 2021, disse acreditar que não haverá problemas quanto à segurança e o desempenho do transporte coletivo.
De acordo com Devico, 3,4 metros de largura de faixa de ônibus é o que pode ser encontrado na maior parte dos pontos da cidade, sendo que em alguns lugares, como na Rebouças é menor, entre 3,1 m e 3,2 m. em alguns pontos, a faixa para ônibus chegava a ser entre 3,8 m e 5,4 m
“No dia a dia, eles [motoristas de ônibus] vão ver que não vai alterar a dinâmica deles. A velocidade é de 50 km/h na faixa deles e o raio de curva é bom. São 3,4 m de faixa mais 50 cm de sarjeta e mais 20 cm da pintura, o que vai dar 4,10 m” – disse Devico ao acrescentar que no sentido oposto, para quem vai do Aeroporto para Santana, toda a faixa de ônibus já é de 3,4 m de largura.
Relembre:
https://diariodotransporte.com.br/2022/01/11/entrevista-com-faixa-azul-para-motos-espaco-para-onibus-ficara-mais-estreito-mas-cet-diz-que-nao-havera-impactos-no-desempenho-e-seguranca-do-transporte-coletivo/
Segundo a CET, a avenida 23 de Maio foi escolhida para o projeto piloto por ser uma via com grande utilização pelas motocicletas: 2.400 motos por hora, chegando a 50 mil ao dia, com 78% dos sinistros no local envolvendo a moto.
Em nota, a companhia ainda diz que após a pandemia o número de motociclistas mortos na cidade tem aumentado.
Atualmente na cidade de São Paulo há 1,3 milhão de motos em circulação.
A motocicleta vem ganhando destaque desde o início da pandemia, já que, por conta do isolamento social, o serviço de entregas se tornou essencial e, por consequência, o número de motos trafegando pelas vias. Além disso, por seu baixo custo de manutenção, também se tornou um meio de transporte atrativo. No entanto, isso tem trazido usuários inexperientes, o que aumentou ainda mais a probabilidade de sinistros.
O resultado: o número de óbitos vem subindo a cada dia. Hoje, mais de 1 motociclista morre por dia em São Paulo. Para se ter uma ideia, o número de óbitos entre motorista/passageiros é de 0,3 por dia.
Para garantir mais fluidez e respeito à sinalização existente, os motociclistas da CET e do CPTRAN farão rondas para o monitoramento e controle do tráfego no local. (Imagem: Jornal São Paulo Zona Sul)
Fonte: Diario do Transporte, 24/01/2022