A crise econômica chegou e estacionou. Achar uma vaga nos estacionamentos está mais fácil e mais barato. A crise chegou também para os donos dos estacionamentos, que estão apelando para as promoções. A placa luminosa é para atrair os motoristas para o estacionamento. Mas em outro, nem o cartaz de superpromoção encheu o pátio. “Normalmente, eu paro na rua, só quando não tem outro jeito mesmo para eu parar no estacionamento”, diz a psicóloga Laura Moreira.
A estimativa da Associação Brasileira de Estacionamentos é que a queda no número de clientes tenha chegado a até 30%, dependendo da capital. O analista de sistemas Flávio Augusto Guimarães é um dos que deixaram o carroem casa. Desdejaneiro ele calcula uma economia de quase R$ 300 por mês.
Segundo os empresários do setor, está mesmo difícil encher os estacionamentos. Um estacionamento nos bons tempos ficava lotado de carros, um do lado do outro. Agora, com tantas vagas disponíveis, o preço caiu em várias cidades do país.
Entre as cinco capitais onde o IBGE acompanha os preços de estacionamentos houve queda de até 1,25% no Rio de Janeiro,em São Pauloe Porto Alegre. Só em Fortaleza houve aumento e mesmo assim, quase nada: 0,06%.
Em Belo Horizonte, a diária em um estacionamento, que era de R$ 25, no início do ano, caiu para R$ 15, agora. “Crise, a gente tem que reinventar, inovar, buscar novas soluções”, diz o empresário João Paulo Martins.
Uma pesquisa feita na capital mineira mostrou que a maior queda foi no valor cobrado a cada 15 minutos que o carro fica no estacionamento. Em média 4,38 % mais barato, no primeiro semestre. E até o estacionamento com preço mais em conta ainda oferece vantagens.
“O cliente chega, a gente negocia o preço da diária. Então, a maior estratégia que a gente está usando é a negociação direta e esporadicamente alguma promoção específica: um jantar, um sorteio de um brinde. Alguma coisa assim”, diz o empresário Samuel de Oliveira.
Mesmo assim, é importante ficar atento. A pesquisa também mostrou que, de um estacionamento para outro, a diferença de preços chega a 500% na fração de 15 minutos e a 600% na diária. Em uma área de apenas três quarteirões, a equipe do Bom Dia Brasil encontrou uma diária de R$ 18, outra, de R$ 20, e uma de R$ 30. Maria deu uma volta antes de entrar. “O preço aqui é bom. Quanto mais longe do Centro, o preço é bem melhor”, conta a aposentada Maria das Dores Pereira.
Fonte: Bom Dia Brasil, 23 de julho de 2015