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Estacionamento 4.0 ainda é só previsão

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Por Jorge Hori*
Há uma nova onda de mudanças decorrentes das perspectivas da Revolução 4.0, com o big-data, internet das coisas, automação, robotização e outras novas tecnologias. Os arautos dessa revolução apontam a velocidade das mudanças para ameaçar aqueles que não se adaptarem, não se modernizarem, com uma rápida falência. É possível, mas pouco provável.

Essa nova revolução deixou as mesas dos botecos, como a sonhada revolução comunista, para migrar para os palcos dos eventos empresariais. Todos os organizadores querem trazer algum jovem mensageiro dos novos tempos, para contar aos perplexos empresários sobre um novo que estaria na próxima esquina. Como esperavam os jovens socialistas, tomando a sua cerveja e beliscando os petiscos.

Tal qual o primeiro Blade Runner que desenhou uma Los Angeles de 2019, que está muito longe do ano previsto. O segundo já adicionou mais 30 anos. E em 2047, provavelmente, a terceira versão irá jogar mais 30.

Uma das principais resistências à mudança, no caso dos estacionamentos, está na escala de grande parte das unidades, assim como o baixo nível de capitalização financeira. Em geral, são pequenas e médias empresas de prestação de serviços, sem detenção de grandes ativos.

Recentemente, investidores ingressaram no mercado, seja formando grandes redes, como assumindo a operação direta dos seus estacionamentos. No primeiro caso, os gestores de investimentos como a Vinci, o BTG, o Pátria Investimentos entraram no setor mediante aquisição de empresas existentes. No segundo, vários investidores de shopping centers assumiram a operação dos seus estacionamentos, sem a contratação de empresa especializada.

Mas não alteraram substancialmente a estrutura empresarial do setor ainda fortemente diluída em milhares de pequenas e médias empresas.

As recentes pesquisas feitas pelo SINDEPARK indicam a predominância do modelo de operação com manobrista, assim como baixo grau de automatização dos sistemas de cobrança.

Essa situação está associada à escala dos estabelecimentos, assim como do principal fator que motiva o usuário a buscar um estacionamento pago: comodidade.

Tais condições de contorno indicam que, ao contrário do que pregam os arautos da Revolução 4.0, essa levará muito mais tempo, na área dos estacionamentos.

A menos de alguma disruptura que, como tal, não é previsível.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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