Por Jorge Hori* - A macroeconomia abrange todo o conjunto de uma economia, caracterizada por indicadores agregados que compreendem tanto produções de alta renda, como de pequena renda individuais. Soma tudo e a comparação com períodos anteriores ou com outras economias indicam o seu estado. Do outro lado, isto é, da demanda, também soma consumos de alta renda, média e baixa rendas. Soma ainda os investimentos, tanto de grande porte como minúsculos. O principal e mais conhecido indicador macroeconômico é o PIB (Produto Interno Bruto), que soma toda a produção adicional gerada no país, num período determinado. O mais usual é o anual ou de 12 meses.
Mesmo quando divididos pela população, estimando o PIB per capital faz uma homogeneização, considerando, segundo o dito popular, "a temperatura da cabeça na geladeira e os pés no fogão, determinando uma temperatura média adequada". Ele vai morrer queimado ou congelado.
Para os empresários, o que interessa para orientar os seus negócios e suas decisões são os indicadores macroeconômicos ou do seu setor. Para eles a economia brasileira está em recuperação, ainda lenta, mas gradual e sucessiva. Indica uma melhoria para 2020, gerando muitas esperanças.
Já para os eleitores interessa a sua economia individual, as condições e perspectivas econômicas pessoais.
Nesse caso é preciso considerar diferenciadamente os diversos segmentos da população.
De um lado um contingente de pessoas está economicamente muito bem. Com poupança pessoal investida em aplicações, os indicadores mais relevantes são o índice da Bolsa de Valores e o dólar.
Na outra ponta estão aqueles cuja economia pessoal vai mal. Uma grande parte, sem emprego, tem que buscar alternativas para sobreviver.
Entre eles está o contingente da classe média, uma parte mantendo os empregos e outra "virando motorista de Uber", o principal símbolo do trabalho alternativo.
Quando convertidos em eleitores, os primeiros representam cerca de 10%, os pobres, cerca de 60% e os do meio, os restantes 30%.
Avaliar o potencial eleitoral do Governo porque a macroeconomia vai bem ou está melhorando é uma ilusão, baseada numa visão externa e ultrapassada. A macroeconomia só é importante para os 10%.
O que vai valer não é o PIB, mas conjunto das economias individuais. "É a economia popular, seu estúpido. É a distribuição de renda, seu idiota."
Paulo Guedes ainda tem tempo para melhorar a macroeconomia e a distribuição de renda para dar suporte à reeleição de Bolsonaro, em 2022. Mas este não parece ser o seu objetivo.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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