Eles estão ao longo do meio-fio, sobre calçadas, em esquinas ou bloqueando rampas e garagens. Onde houver espaço, há veículos estacionados de forma irregular, sobretudo em áreas de grande circulação, como centros comerciais. De janeiro a outubro, os órgãos fiscalizadores de trânsito do Distrito Federal emitiram 139,7 mil multas a condutores que desrespeitaram as normas e deixaram carros e motos em lugares inapropriados. Isso quer dizer que, em média, a cada três minutos e oito segundos, uma pessoa foi autuada. No mesmo período do ano passado, o Departamento de Trânsito (Detran-DF), a Polícia Militar e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) contabilizaram 149,6 mil infrações — 6,5% a mais que neste ano.
Apesar de alta, a taxa não reflete a realidade, como explica Francisco Saraiva, diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran-DF. “O espaço (para estacionamentos) é incompatível com o tamanho da frota. Esse número (de multas) é baixo, porque, para nós, não é prioridade (fiscalizar) estacionamento. Quando alguém solicita, é atendido de imediato”, garante. “Não falta carro para multar, mas não tem agente nem viatura disponível para atuar em todos os estacionamentos”, justifica.
Segundo o último levantamento da autarquia, até junho deste ano, mais de 1,8 milhão de veículos estavam registrados no DF. Francisco ressalta que, se somados os que vêm do Entorno, esse número se aproxima de 2 milhões.
Diante das constantes reclamações de clientes sobre a falta de vagas nas proximidades de uma barbearia que administra, na Quadra C3 de Taguatinga Centro, o empresário Guilherme Sabino negocia uma parceria com o dono de um prédio de estacionamentos que está em construção na mesma rua. “Serão quatro andares de vagas, com previsão de inaugurar no início do ano. Quero fechar uma parceria para nossos clientes terem um voucher da loja, apresentarem lá e conseguirem estacionar de graça. Eles, geralmente, falam que precisam dar de duas a três voltas na região até conseguirem vaga”, conta o jovem.
Fonte: Correio Braziliense, 19/11/2019