Por Jorge Hori*
76,3 dos consumidores deram resposta positiva à colocação de uma pesquisa da CNDL/SPC (o material da pesquisa foi enviado na íntegra aos associados do Sindepark): "A presença de estacionamento fácil e próximo a uma loja contribui positivamente na minha decisão de frequentá-la".
Quando segmentado por classe sobe para 79,8% nas A e B.
As reações às duas colocações subsequentes indicam que o consumidor quer estacionamento próximo, mas não gosta de pagar pelo mesmo.
A questão "O fato de o estabelecimento possuir estacionamento próprio influencia na minha escolha pelo local de compras" teve 69,2% de respostas positivas, caindo para 65,0% nas classes C/D/E.
A loja ou shopping center contar com estacionamento próprio é importante, mas se algum concorrente instalar um estacionamento próximo, oferecendo preço menor, "roubará" clientes do estacionamento das lojas.
Já em relação a "Evito fazer compras em locais que tenha que pagar estacionamento ou rotativos" o percentual é menor (57,2%). O percentual complementar pode ser interpretado como reação contrária, ou seja, 42,8% não evitariam fazer compras porque tivessem que pagar o estacionamento, seja privado ou rotativo (no caso de São Paulo, a Zona Azul).
Da mesma forma que na questão anterior, a existência de vagas de uso livre concorrerá com os estacionamentos pagos, gerando problemas de congestionamentos. Muitas pessoas ficarão rodando em vias próximas às lojas, procurando uma vaga. O que, além dos congestionamentos, dá margem à atuação dos "flanelinhas".
Uma reação adicional mostra a importância dos estacionamentos para o consumidor. A indagação sobre se "Já deixei de comprar algo por não conseguir estacionar o carro ou moto próximo do comércio" teve 52,4% de respostas positivas.
Em todas as questões as respostas positivas dos homens são maiores do que das mulheres. Isto é, a existência do estacionamento próximo ou junto aos locais de compra é mais importante para os homens do que para as mulheres.
Algumas conclusões são claras: não há desenvolvimento comercial em cidades sem a oferta de estacionamentos. Os preços são forma de mercado para promover a distribuição da ocupação das vagas. Há sempre uma grande concorrência em torno das áreas comerciais, sendo o preço um fator relevante. Mas segurança e comodidade pesam bastante.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.