Uma quadrilha usou um terreno da Prefeitura de São Paulo no Canindé (região central) para montar um estacionamento falso e furtar carros e acessórios dos veículos. O crime ocorreu perto do estádio da Portuguesa, que fazia uma festa de música eletrônica, na madrugada de 7 de setembro. As vítimas estavam a caminho da balada.
Quatro vítimas registraram boletim de ocorrência de furtos — uma teve o carro levado, outra, as rodas do veículo, e no caso de duas a polícia não deu informações.
O vigia do terreno, que pertence à Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), afirmou à polícia que, por volta das 23h do dia 6, um homem “bem vestido” o chamou no portão. O local recebe caçambas irregulares apreendidas pela prefeitura.
Quando o segurança se aproximou do portão, o criminoso sacou uma arma e ordenou que a vítima destrancasse o portão. Nesse momento, mais quatro suspeitos entraram no local.
O vigia foi encaminhado para a guarita do terreno, onde foi mantido refém por um dos ladrões, que estava armado. De acordo com a polícia, os assaltantes colocaram um cavalete indicando que o local era um estacionamento e atuaram como flanelinhas, atraindo ‘clientes’ para o local. Muitas vítimas pagaram pelo ‘serviço’.
Em depoimento, o vigia afirmou que por, volta de 0h, guardas-civis chegaram ao local com uma caçamba apreendida. Os criminosos, segundo ele, ordenaram que atendesse os CGMs. Se ele dissesse que estava sendo mantido refém, iria “sofrer as consequências”.
Os guardas questionaram, afirmou o vigilante, se seria “normal” estacionar carros no local. A vítima disse que sim. Os bandidos ficaram até as 3h40 no terreno. Quando a polícia chegou, havia 19 carros na área.
A Amlurb confirmou a invasão de seu terreno e disse que registrou boletim de ocorrência. A Guarda Civil não se pronunciou.
Uma bancária de 28 anos, vítima da quadrilha, conta que chegava ao local da balada quando um homem a abordou em frente ao terreno da Amlurb, oferecendo o falso estacionamento.
Ela pagou R$ 80 para deixar seu Crossfox no local por toda a noite. Não recebeu nenhum tíquete, e se recusou a deixar as chaves.
Quando voltou, por volta das 8h do dia 7, viu o local cheio de policiais. “Falaram para eu verificar se algo havia sido levado. Quando cheguei perto de meu carro, vi que haviam levado as quatro rodas dele”, afirmou.
Outra vítima, uma assistente financeira de 25 anos, também foi abordada pelo “flanelinha”. Pagou R$ 50 para deixar seu Honda City cinza no local, que foi furtado, como a vítima constatou por volta das 10h.
Fonte: Folha de S. Paulo, 20/09/2018
Nota do Sindepark:
A notícia comprova a importância de se utilizar somente estacionamentos associados ao Sindepark, porque essa condição garante que os estabelecimentos funcionam dentro da legalidade, oferecendo segurança para os usuários. Isso porque, para se associar, a empresa precisa cumprir uma série de requisitos, desde possuir seguro até estar em dia com as obrigações fiscais, por exemplo.