A Conferência Internacional 2007, do Instituto Ethos, contou com a participação de mais de 1.300 pessoas de várias partes do Brasil e do mundo. Foram ao todo 1.008 inscritos, 180 jornalistas credenciados, 84 palestrantes e 60 convidados entre os parceiros do Ethos na disseminação dos conceitos da responsabilidade social empresarial.
O sucesso da conferência foi atribuído em parte ao momento vivido pela humanidade. Neste ano, o mundo se deu conta, por meio da visibilidade dada pela mídia aos resultados dos relatórios internacionais do IPCC, de que, se nada for feito, o planeta caminhará rumo a dificuldades - senão à inviabilidade - para a presença de vida na Terra, provocadas pelo aquecimento global.
"Essa foi a maior e melhor Conferência do Ethos. Muitos empresários vieram para cá para saber o que fazer e como agir diante desse cenário", comemorou Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos. Para ele, "estamos em um processo inexorável de mudança de curso para evitar o desastre".
Temas importantes como aquecimento global, Amazônia e agronegócios, por exemplo, estiveram na pauta deste evento, realizado entre os dias 12 e 15 de junho de 2007, no Hotel Transamérica, na Zona Sul da capital paulista. Young considerou o debate sobre a Amazônia como um dos pontos altos da conferência.
Para ele, a floresta representa a chance de o Brasil elaborar um novo projeto de desenvolvimento. "Na Amazônia, não só encontraremos os caminhos do desenvolvimento sustentável como poderemos fazer tudo diferente do que já foi feito e inspirar o resto do mundo."
O diretor-executivo do Instituto Ethos, Paulo Itacarambi, chamou a atenção para o aprofundamento das reflexões, bem como dos caminhos e ferramentas para a ação. "As pessoas demonstraram disposição em aprender e muitas saíram emocionadas e sensibilizadas", disse. "Sabemos que é um caminho longo, mas sentimos uma estratégia de força rumo à mudança", afirmou.
Itacarambi acredita que houve avanço no momento em que os empresários perceberam que a RSE só vai funcionar efetivamente se for ampliada para toda a cadeia produtiva. "Nós, do Ethos, fornecemos ferramentas para tornar isso possível."
O presidente Ricardo Young destacou como ponto positivo o fato de a conferência ter acontecido junto com a reunião do Conselho Internacional do Instituto Ethos. "Eles (conselheiros) não conheciam profundamente a RSE no Brasil. Ficaram muito sensibilizados com a questão da Amazônia e agora vão irradiar isso para o mundo", contou.
A característica internacional teve destaque ainda graças às parcerias que vão possibilitar que as experiências do Ethos sejam expandidas para outros países. É o caso do Programa Latino-Americano de RSE, firmado para aplicar os Indicadores Ethos e estender o Prêmio Ethos de jornalismo e a Rede Ethos de Jornalistas para seis países da América Latina.
Embora as questões urgentes sobre o aquecimento global tenham se destacado, os representantes do Instituto Ethos asseguraram que as questões sociais envolvendo RSE estiveram presentes na conferência.
Os destaques ficaram por conta da discussão sobre o trabalho escravo e do debate sobre a diversidade no setor empresarial. "Mesmo nesses pontos, nos quais estamos atuando há mais tempo, os problemas que surgiram nos debates indicam que ainda estamos no jardim-de-infância nesse processo de soluções", admitiu Young. "Estamos diante de uma mudança do padrão civilizatório e isso não é fácil, mas creio que significa um enorme desafio e também uma grande oportunidade."
Fonte: Instituto Ethos (São Paulo), 15 de junho de 2007