Por Jorge Hori*
A escassez de água pouco afeta as atividades de estacionamento pago. Essas não precisam de água para a operação direta. A água é necessária para a higienização, para os funcionários beberem e, eventualmente, os clientes, e para a lavagem do piso e demais instalações. A solução é uma caixa d'água para a continuidade da água e o reuso para a lavagem das instalações. A falta de água não vai interromper as atividades.
Já a falta de energia vai impactar mais fortemente a atividade, dada a sua modernização e utilização do subsolo.
Para a guarda dos carros nos subsolos, onde não há penetração de luz externa, a iluminação é dependente do suprimento da eletricidade. No caso da falta de energia, há três alternativas básicas: o uso de lâmpadas de back-up, realimentadas pela eletricidade externa, o suprimento via geradores ou baterias e a volta aos lampiões, seja a gás ou a querosene.
As lâmpadas de back-up são essenciais, uma vez que a crise atual é de "apagões" por quedas no suprimento, inesperadas e não programadas. A duração do back-up é limitada, sendo uma solução emergencial. O gerador é uma solução mais duradoura, mas tem custo elevado, além de ocupar uma área de vagas e requerer operação, suprimento do combustível e manutenção. A solução dos lampiões é mais barata, mas requer o seu acendimento e envolve riscos maiores de incêndios.
Além da iluminação artificial, a automação tanto nas cobranças, como no controle de ingressos e saídas, inteiramente dependente da energia elétrica, pode levar à paralisação da operação, com a falta dessa. O carro que está fora não consegue entrar. O que está dentro não consegue sair. A cobrança tem de ser manual. Terá de voltar à velha caixa registradora de operação manual e mecânica.
Para o controle de ingresso e saída, as catracas podem ter um back-up ou serem abertas manualmente. Mas será sempre um transtorno e exigência de mais funcionários.
Além disso, requer um treinamento adicional para enfrentar as situações de "black-out".
A solução é um gerador. No caso das garagens em condomínios, o estacionamento pode compartilhar um gerador com o restante do prédio. Mas qual será a sua participação e o respectivo custo?
Soluções existem para minimizar os transtornos, porém, são todas de maior custo e requerem preparação prévia, principalmente o treinamento dos funcionários.
Com a recusa dos governos em promover racionamentos que são programados, a atividade, como toda a população, estará sujeita a quedas abruptas e sem previsão de retorno da energia elétrica.
* Jorge Hori é consultorem Inteligência Estratégicae foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.