Com o aumento da frota de veículos e poucos estacionamentos públicos no Centro de Teresina, condutores chegam a pagar até R$ 100 por mês para flanelinhas guardarem vagas em locais públicos. Segundo a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans), a prática é ilegal e que em casos de abusos a população deve denunciar.
"A Strans não apoia nenhum tipo de violação a lei, especialmente em relação a estacionamentos. Nós sabemos que a problemática dos flanelinhas é algo que está em todo o Brasil, no entanto, nós não apoiamos, e em caso de abusos a população deve denunciar", afirmou Jomerito Ribeiro, assistente técnico da Strans.
Para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Piauí, os problemas no Centro de Teresina em relação à mobilidade e transporte não são novidades. Segundo o Conselho, 55% da população opta por ir ao Centro de maneira individual com veículos como carros e motos; 24% da população optam pelo transporte coletivo e apenas 21% transitam pelo Centro da cidade sem nenhum meio motorizado, isso é uma das causas da superlotação.
"Então o que a gente pode dizer é que se optam vir de modo individualizado, vai ter as questões de congestionamento, falta de estacionamento. Então isso é um sintoma que podemos perceber", informou a arquiteta e urbanista Jéssica Arraz.
Outro problema perceptível é a construção de estacionamentos privados em cima de patrimônios históricos de Teresina, que acabam por chocar diretamente com prédios importantes para a preservação da história da cidade.
"Uma coisa que temos é principalmente é esse choque entre o antigo e o novo. Um grande problema que temos é essa questão do poder público e privado de chegar a um ponto que possamos manter ao máximo a preservação do patrimônio histórico da cidade", finalizou.
Problema histórico
O problema de mobilidade urbana da capital é discutido há mais de 10 anos. Ainda em 2013, a Prefeitura de Teresina se reuniu com o Sindicato dos Lojistas do Piauí para debater sobre possíveis soluções para o problema.
Em 2018, a Prefeitura de Teresina anunciou a pretensão de efetivar a parceria público-privada na administração municipal. Na época, a gestão elaborou um plano que contemplava 12 projetos e entre eles projetos para estacionamentos públicos, no qual previa a construção e operação de edifício garagem e operacionalização de vagas de estacionamentos rotativos juntos ao edifício garagem, bem como de vias, áreas e logradouros públicos.
G1/PI, 11/10/2023