Diante da liberação da cobrança por vagas nos shoppings de Salvador, é natural que o precedente aberto estimule comerciantes do interior a cogitar o mesmo procedimento. Diante disso, o Procon de Feira de Santana (cidade a 109 km de Salvador) já notificou o Shopping Boulevard para impedir a cobrança a partir do dia 1º de julho.
A justificativa é que a legislação municipal que proíbe este tipo de cobrança em Feira ainda está vigente. Apesar da medida, representantes da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) lembram que não há lei na Bahia para barrar a decisão do Supremo Tribunal Federal de facultar a cobrança na capital baiana, o que ocorre desde segunda-feira passada. A informação é do diretor regional da Abrasce, Edson Piaggio, ao advertir que os municípios não podem legislar sobre propriedade privada.
"É uma decisão irrevogável. Os municípios não têm competência para legislar sobre o direito civil, só a União", reforça. Enquanto o tema esquenta na segunda maior cidade baiana, na capital tem sobrado vaga nos estacionamentos dos shoppings. Passado o calor do início da cobrança, ao contrário do que ocorreu na última segunda-feira, problemas como filas para pagar e falta de troco nos guichês aparentemente pareciam
Comportamento
O que chamou a atenção nesta sexta foi a pressa dos visitantes em deixar os estabelecimentos antes dos 30 minutos que os isenta do pagamento. É o caso da advogada Jaqueline Calado, 43, que apressou o ritmo no Salvador Shopping para se livrar dos R$ 6 referentes às primeiras horas no estacionamento. Chateada, a cliente diz que vai rever o hábito de comprar em shopping.
Já o também advogado Sérgio da Motta, 45, enxerga a cobrança como uma forma de evitar o uso indevido dos estacionamentos, além da possibilidade de melhoria em itens como segurança, conforto e facilidade na hora de encontrar vaga.
Fonte: A Tarde, 27 de junho de 2015