Lançada no início de julho, a venda digital do bilhete da Área Azul tem alcançado uma média diária equivalente a 2,6% do total de vagas do estacionamento rotativo pago de Goiânia. Ao todo, são 3.841 pontos disponíveis para parada de veículos em Campinas e no Centro da capital, além da Região da 44. Desde que a aquisição do cartão foi incluída no aplicativo Goiânia 24 Horas, a Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) estima que já foram vendidos 2.938.
Mesmo com a novidade, o total de vagas permanece o mesmo. São 1.979 espaços em Campinas, 1.712 no Centro da capital, além de 150 na Região da 44. E, como a venda digital ocorreu a partir do dia 1º de julho, a média diária no período foi de 101,3 aquisições. O novo formato para compra do bilhete foi divulgado pela Prefeitura de Goiânia ainda em 24 de junho, por meio de comunicado à imprensa.
Mas, desde então, não houve mais publicidade. O cartão físico, entretanto, ainda continua sendo vendido nos comércios, o que deve ocorrer "enquanto durar o estoque". A informação é citada pela SMM, mas sem especificar qual seria o total de bilhetes físicos ainda disponíveis. Em sete locais no Centro da capital visitados pelo POPULAR , o cartão foi encontrado em três. Nos demais, lojistas informaram que estavam sem ele no momento.
Um dos comerciantes também relatou que testou a nova funcionalidade no aplicativo da Prefeitura. Entretanto, não teve sucesso na aquisição do cartão da Área Azul. A reportagem também fez o teste por meio de duas contas diferentes, mas não conseguiu sequer efetuar o acesso. O problema, nesse caso, foi na redefinição dasenha utilizada no login. O sistema é desenvolvido pela SMM junto à Secretaria Municipal de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sictec).
Superintendente de Inovação Ciência e Tecnologia da pasta, Jordana Vilela aponta que o aplicativo não tem tido grandes intercorrências, mas pontua que o login tem sido uma das principais dificuldades do usuário. "O sistema está tudo certo, está totalmente funcional. Aconteceram algumas situações, mas por isso disponibilizamos o telefone (para contato com a equipe de suporte)." Ela destaca ainda que ajustes estão sendo estudados, como o ingresso na conta do Goiânia 24 Horas pelo próprio Gov.br --- meio de acesso digital utilizado para serviços do governo federal.
Já para a aquisição do bilhete digital da Área Azul, o valor se mantém o mesmo: R$1,50 para uma hora, ou R$ 2,50, para duas horas. E a SMM garante que segue com o trabalho de fiscalização por meio de plataforma desenvolvida pela própria pasta e pela Sictec, "onde a consulta é realizada em tempo real" com base na placa dos veículos estacionados. Caso a vaga seja ocupada de forma indevida pelos condutores, a multa chega a R$ 195,23, além de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
No percurso feito pelo POPULAR em parte de vias como a Avenida Anhanguera, além das Ruas 4, 7 e 8, foi possível avistar uma grande maioria de carros e motocicletas estacionada sem o bilhete físico. Já outros contavam com o cartão. No caso da aquisição feita pela internet, só seria possível verificar pela própria plataforma utilizada pelos agentes de trânsito.
Alternativa
O formato digital para aquisição do bilhete da Área Azul foi uma medida tomada após tentativas falhas de terceirização do serviço feitas desde ao menos 2019. O POPULAR mostrou no fim de junho, à época da divulgação da nova funcionalidade do aplicativo Goiânia 24 Horas, que fontes no Paço apontavam que a novidade foi uma alternativa encontrada após a anulação do processo licitatório para concessão do serviço, em maio deste ano, após recomendação do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO).
Ainda em 2019, durante a gestão do então prefeito Iris Rezende (MDB), a implantação do chamado Cartão Azul Digital já era discutida. Dois anos depois, o Paço projetava uma nova Área Azul para o ano seguinte. Já em setembro de 2022, O POPULAR mostrou que a intenção da SMM era triplicar o número de vagas até o fim de 2023, alcançando 11 mil espaços destinados ao estacionamento rotativo pago. A licitação, então, havia ficado para o início daquele ano.
O edital de concessão do serviço foi divulgado ainda em maio de 2023, para recebimento de propostas em junho. A conclusão do processo de terceirização era esperado ainda para aquele ano, o que não se concretizou. Em abril, o TCM-GO recomendou a anulação do certame. O Paço acatou os apontamentos e cancelou a licitação. Na edição da quinta-feira (25) O POPULAR mostrou que a SMM descarta novo processo licitatório. "A Secretaria de Mobilidade deve manter as medidas já adotadas neste momento", disse a pasta, em nota.
O Popular - Goiânia - GO - 30/07/2024