A situação do Brasil confirma que os cenários econômicos dependem dos cenários políticos. E esses não seguem as lógicas desejadas pelos economistas.
A evolução futura da economia brasileira dependerá do comportamento dos agentes econômicos privados em ficar ou não na espera da sinalização governamental, para orientar os seus negócios.
Paulo Guedes cometeu um erro estratégico, ao acreditar que teria plena liberdade para conduzir uma política econômica liberal. Ele vem tendo essa liberdade, com ampla delegação, mas não tem o apoio do presidente para a sua concretização junto ao Congresso. Ele pessoalmente é contra a Reforma da Previdência, como sempre foi. Admite a necessidade, mas não vai negociar a sua aprovação.
Uma reforma da Previdência vai ser aprovada, com uma economia bem inferior à desejada por Paulo Guedes, com dois impactos: insuficiente melhoria do grau de confiança dos investidores e inviabilidade de implantação do modelo de capitalização. Durante um longo período de transição, haverá um aumento do deficit da Previdência, pela obrigação de continuidade do pagamento dos benefícios e o não ingresso de novos recursos, desviados para os fundos de capitalização individual. Sem uma ampla redução dos gastos atuais, não há como suportar um duplo deficit.
Portanto, esperar por uma reanimação da economia brasileira a partir da aprovação de uma reforma da Previdência, que mesmo desidratada não ocorrerá ainda no primeiro semestre do ano, será conformar-se a um crescimento coletivo da economia baixo, abaixo de 2% em relação a 2018.
A outra alternativa é buscar a ampliação dos seus negócios, sem esperar pelo Governo, buscando novos mercados.
O principal negócio de uma empresa de estacionamentos pagos não é a sua operação, mas a tecnologia de operação.
Não se trata de exploração de uma área física onde podem ser estacionados veículos, mas a tecnologia para tornar essa área um negócio rentável.
Como detentores de tecnologia, podem vendê-la a qualquer local dentro do país, assim como no exterior.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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