Mais uma companhia gigante se reuniu ao grupo da volta ao trabalho presencial. Na última segunda-feira (16), a Amazon (AMZO34) anunciou aos seus funcionários que irá retomar a rotina de cinco dias de trabalho presencial em seus escritórios a partir de janeiro de 2025. A justificativa é de que a mudança deve melhorar as condições para inovação, colaboração e conexão dos funcionários e à cultura da companhia.
O passo tomado pela Amazon é mais um movimento em contraponto à tendência observada por empresas durante a pandemia, quando os escritórios foram esvaziados dando espaço ao trabalho remoto. Desde maio de 2023, a companhia já havia retomado as atividades de forma presencial em uma escala de três dias por semana.
“Decidimos que vamos voltar a estar no escritório da mesma forma que estávamos antes do início da Covid”, disse no comunicado aos funcionários, também publicado no site da Amazon, o CEO Andy Jassy. “Quando olhamos para os últimos cinco anos, continuamos acreditando que as vantagens de estarmos juntos no escritório são significativas.”
A avaliação do executivo é de que seria mais fácil para os colaboradores aprenderem, modelarem, praticarem e fortalecerem a cultura da companhia neste modelo. Além do mais, cita uma maior facilidade e eficácia em colaborar, inovar e fazer brainstorms, bem. Menciona ainda fluidez para ensinar e aprender e melhor conexão entre equipes.
O prazo de 2 de janeiro de 2025 foi estabelecido para a retomada da jornada de cinco dias presencial, em função de adequações de rotina dos funcionários. A empresa também está em processo de organização da disposição de estações de trabalho para os funcionários.
Empresas retomam o presencial
Não será o único caso de uma empresa de tecnologia, cujas dinâmicas de trabalho se popularizaram pela flexibilidade, que iniciou o retorno ao espaço físico após o arrefecimento da pandemia. Em junho de 2023, o Google (GOOGL) estabeleceu um plano de retorno ao escritório em três dias presenciais.
Ainda em 2022, o CEO da Apple (AAPL34), Tim Cook, já defendia o retorno a uma rotina de três dias presenciais, sob o argumento de que o mercado em que a empresa atua é beneficiado pela colaboração promovida no escritório. Um argumento similar foi feito por Bob Iger quando, em 2023, iniciou a retomada de uma jornada presencial de quatro dias na Disney (DISB34) sob o argumento de que o setor criativo demandaria maior colaboração presencial.
No banco americano Goldman Sachs, o home office virou critério de demissão, segundo o The Wall Street Journal. O jornal apurou que a instituição financeira está prestes a realizar um corte de ao menos 1.300 funcionários. Além de performance e produtividade, a ida ao escritório também vai ser levada em conta na decisão sobre quem fica ou sai do banco. Vale lembrar que David Solomon, CEO do Goldman Sachs é um crítico contumaz do home office e já chamou o modelo de trabalho de “aberração”. (Imagem: Pixabay)
InfoMoney, 17/09/2024