No ano passado, a China foi o país que mais produziu carros elétricos no mundo. Aproximadamente 580 mil carros elétricos foram vendidos no país, o que representou um aumento de 72% em comparação a 2016, segundo dados da International Energy Agency.
O país se tornou o maior em número em vendas de carros elétricos por um motivo: o incentivo governamental. O governo chinês determinou que 20% dos carros no país devem ser elétricos ou movidos a combustíveis alternativos até 2025.
Em 2017, a China investiu US$ 1 bilhão (ou US$ 6,64 bilhões de yuan) para tornar carros elétricos mais acessíveis à população. Um dos motivos para o governo incentivar a adoção dos carros desse tipo é a redução da poluição nas cidades do país, que sofrem com esses problemas.
No Brasil, os incentivos para a adoção de carros elétricos estão começando a aparecer. O programa Rota 2030 está em caráter provisório e deverá ser aprovado pelo Congresso Nacional para atuar definitivamente, mas traz incentivos para os próximos 12 anos.
Com o Rota 2030, as alíquotas do IPI para carros elétricos e híbridos passarão a ser de 7% a 20%, de acordo com a eficiência energética e peso do veículo. Até então, o IPI era de 25%. A medida começará a valer a partir de novembro deste ano. Além da redução do IPI, será concedido um crédito de R$ 1,5 bilhão para a indústria automobilística.
“Todo mundo está vendo que o Brasil precisa ter um programa para carros elétricos. O Mundo está globalizado e não vamos ficar de fora dessa”, afirma Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora do CPqD desde 1989 na Área de Sistemas de Energia (ASE).
Para a pesquisadora, que atua no desenvolvimento de baterias no país, o nosso mercado ainda está se desenvolvendo. “Hoje temos alguns carros chegando no mercado, a mobilidade está chegando bem rápido também através de motos e bicicletas elétricas”, comentou.
Mas uma das principais barreiras para adotar os veículos elétricos no país ainda é o preço. “Como é uma tecnologia nova, temos a barreira do preço especial. Hoje o mercado no país ainda é incipiente, está começando a chegar – ainda estamos montando as normas”, afirmou Rosolem.
A pesquisadora destacou que ainda não temos regulamentações específicas para as baterias dos carros elétricos, mas que esse é um mercado promissor.
O mercado naturalmente sofrerá mudanças com a maior adoção de carros elétricos no país e em todo o mundo. “Algumas indústrias, como a Shell, já estão com projetos de pesquisa e desenvolvimento em baterias. Não acho que a indústria vai morrer da noite para o dia, mas vão entrar novos players no mercado e pode ser que tenham que mudar a visão do negócio”, explica Rosolem.
Fonte: StartSe, 20 de agosto de 2018