Parking News

Plano Real: gasolina custava R$ 0,55 há 30 anos; veja quanto seria hoje

Este mês de julho marca os 30 anos anos do Plano Real, criado em 1994 para substituir o cruzeiro e controlar a hiperinflação do Brasil. Autoesporte já fez um comparativo mostrando quanto os carros vendidos há três décadas custariam hoje com a correção da inflação — o preço de um Fiat Uno, por exemplo, saltaria de R$ 7.254 para R$ 85.683. Quando a nova moeda entrou em vigor, o litro da gasolina custava o equivalente a R$ 0,55. Mas qual seria o valor nos dias atuais?

Há três décadas não havia um balanço semanal de preços da gasolina como existe atualmente, feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP) — portanto, os valores são aproximados. De acordo com o Valor Econômico, o litro da gasolina em São Paulo custava R$ 0,55 no início do Plano Real, por exemplo. E pesquisas feitas por Autoesporte em artigos da época indicam que a maioria dos estados estavam nesta mesma faixa.

A inflação acumulada de 1994 a 2024 é de 708%, de acordo com a calculadora do Banco Central (BC) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Na prática, R$ 1,00 de hoje é equivalente a R$ 0,12 de 30 anos atrás. Autoesporte usou a calculadora do IPCA, no site do IBGE, para saber qual seria o valor corrigido: os R$ 0,55 de 1994 correspondem a R$ 4,44 em 2024. Vale dizer que o cálculo mostra índices até maio deste ano, como mostra a imagem abaixo.

Curiosamente, o valor é R$ 1,42 (32%) mais barato do que a média atual da gasolina no Brasil, de R$ 5,86, segundo a ANP. O índice é referente a última semana completa do primeiro semestre, entre 23 e 29 de junho. Falando especificamente de São Paulo, o levantamento aponta redução em relação a média nacional, com R$ 5,63, porém, mesmo assim, é R$ 1,19 (26%) a mais do que os R$ 4,44.

Alta da gasolina em 2024

O primeiro semestre de 2024 foi marcado pela alta do combustível. O preço médio da gasolina chegou a R$ 7,04 no Acre nessa última semana do semestre. O que chama atenção é que os três estados com os maiores valores médios ficam na Região Norte e todos com preço acima dos R$ 6,30. Além do Acre, Rondônia e Amazonas — empatado com Roraima — lideram essa estatística. Outro fato curioso é que só dois estados entre os dez têm o valor do litro abaixo dos R$ 6,00.

Veja a tabela:

Preço médio da gasolina

Estado                              Preço médio

1) Acre                             R$ 7,04

2) Rondônia                    R$ 6,40

3) Amazonas                   R$ 6,32

4) Roraima                      R$ 6,32

5) Sergipe                        R$ 6,21

6) Tocantins                    R$ 6,17

7) Bahia                            R$ 6,10

8) Pará                             R$ 6,01

9) Alagoas                        R$ 5,98

10) Espírito Santo           R$ 5,93

Fonte: ANP

Na comparação com o início do ano, todos os índices subiram. O preço médio do Brasil na primeira semana de janeiro foi de R$ 5,56, portanto, exatos R$ 0,20 a menos do que no fechamento deste primeiro semestre — o período teve alta de 5,4%. Falando especificamente do Acre, na primeira semana de 2024 o valor médio do estado foi de R$ 6,77 — agora está R$ 0,27 (4%) mais caro. A explicação para o aumento dos preços está na alta dos impostos.

ICMS

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da gasolina aumentou R$ 0,15 (12,3%), saindo de R$ 1,22 para R$ 1,37, no dia 1º de fevereiro. Essa alíquota de ICMS sempre variou de acordo com o estado, porém, desde o início de junho de 2023, o valor foi fixado em R$ 1,22. Isso aconteceu porque em junho de 2022, o governo do então presidente, Jair Bolsonaro, fez um decreto para o imposto estadual ficar com teto de 18% em todo o território nacional — que representava média de R$ 0,90 a R$ 1,00, dependendo da região.

A medida foi tomada para minimizar alguns efeitos da pandemia. Mas, o principal motivo foi a crise gerada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Esse teto na cobrança do imposto permaneceu por anos. Então os estados e o Distrito Federal se queixaram de prejuízos bilionários, uma vez que o ICMS é uma das principais fontes de arrecadação das unidades federativas. O Supremo Tribunal Federal (STF) fez um acordo para elevar o imposto e deixar com o teto de R$ 1,22 igual para todos a partir do dia 1º de junho de 2023.

Em 30 de outubro do ano passado, o governo federal anunciou que o imposto subiria R$ 0,15 a partir de fevereiro — totalizando os atuais R$ 1,37. A decisão foi do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o decreto foi publicado no Diário Oficial da União.

Composição do preço da gasolina

O Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são os impostos federais sobre a gasolina, totalizam R$ 0,69 em cada litro que você paga nos postos. Somado aos R$ 1,37 de ICMS, o total de impostos em cada litro é de R$ 2,06. (Foto: Agência Brasil)

Composição do preço da gasolina

Categoria                         Percentual         Preço

Distribuição e Revenda 17,2%                 R$ 1,01

Custo Etanol Anidro      12,6%                 R$ 0,74

Imposto Estadual (ICMS)23,4%               R$ 1,37

Impostos Federais         11,8%                 R$ 0,69

Parcela Petrobras           35%                     R$ 2,05

Total                                 100%                  R$ 5,86

Fonte: Petrobras

AutoEsporte, julho/2024

Categoria: Geral


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark