No Itaim, 10 das 17 vias que fazem parte do programa terão a proibição do estacionamento estendida aos sábados, entre 7 e 14 horas. Entre elas estão trechos das Avenidas Faria Lima e Hélio Pellegrino, além das Ruas Tabapuã e Renato Paes de Barros. Ao todo, essa região também perderá 208 vagas de Zona Azul, passando de 1.465 para 1.257. Os marronzinhos já estão circulando com mais frequência por ali, mas as multas, de acordo com a CET, só serão aplicadas a partir do dia 6.
Segundo manobristas, clientes de bares e restaurantes e donos de estacionamentos do Itaim, os motoristas foram pegos de surpresa com a troca da sinalização, feita há uma semana. As novas placas já estão todas expostas e é por elas que os motoristas estão se guiando. "Ontem, um conhecido frequentador do restaurante ia parando o carro dele aqui na porta, como sempre fazia, quando eu disse que ele não poderia mais estacionar. Ele ficou bravo e me perguntou por quê. Como resposta, só apontei a placa com a nova sinalização", conta o manobrista de um restaurante japonês localizado na Rua Mário Ferraz.
Nessa rua, onde era possível estacionar dos dois lados até dia 27 de abril, as regras agora já são outras. Do lado ímpar será proibido parar na via e o lado par virou Zona Azul. Para o casal de engenheiros Daniele Rodrigues e Juliano Covas, o efeito prático da medida não vai afetar tanto os frequentadores de bares e restaurantes da região, que já são acostumados, na opinião deles, a pagar estacionamentos. "Mas quem costuma ir lá para fazer compras em lojas de rua não vai querer pagar. Vai acabar procurando os shoppings", acredita ela.
Donos de estacionamentos da região esperam conquistar clientes. O manobrista Alcides Araújo acredita que o pátio começará a lotar nas próximas semanas. Para parar ali é preciso desembolsar R$ 15,00 pela primeira hora.
Para o consultor de trânsito Luiz Célio Bottura, restringir as vagas de estacionamento na cidade é uma tendência natural, já que o sistema viário precisa ganhar espaço. Com o aumento da frota, a restrição nos fins de semana também passa a ser uma necessidade, segundo ele. Aos sábados e domingos, o tráfego não é tão intenso em grandes avenidas, mas se concentra na proximidade de shoppings, ruas de comércio, bares e restaurantes. "São as atividades especiais, ainda mais procuradas quando acaba o verão e as pessoas decidem ficar na cidade", disse Bottura. "Daqui a uns anos veremos a proibição de estacionamento aos domingos também."
Segundo o sindicato dos marronzinhos, o monitoramento de lentidão feito durante a semana já é realizado aos sábados, mas em 25% dos 835 km de ruas acompanhadas pelos técnicos da CET. "A medição de congestionamento aos sábados existe, só não é divulgada", diz o diretor da entidade, Alfredo Colleti.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 2 de maio de 2009