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São Paulo e o risco de retrocesso econômico

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Por Jorge Hori*

Os planos para a cidade de São Paulo, assim como as propostas dos candidatos a prefeito, se baseiam na premissa de que São Paulo vai continuar crescendo, se desenvolvendo e será necessário enfrentar os desafios do crescimento. O que é um grave equívoco.

São Paulo está num processo de esvaziamento demográfico e de retrocesso econômico. O que não é contingencial, temporário e consequência da crise brasileira.

Quando muito é causa. A crise coincide com a perda da tradicional "locomotiva" em puxar o desenvolvimento econômico brasileiro.

O esvaziamento demográfico decorre de um processo de redução do tamanho das famílias seja por opção, como pelos mecanismos de controle.

Concorre para esse processo a valorização imobiliária que empurra as famílias mais pobres para a periferia, já em outros municípios da Região Metropolitana.

Esse processo era acompanhado por um movimento de intensificação de viagens intrametropolitanas. As pessoas passaram a morar em outros municípios, mas continuaram trabalhando na capital.

São Paulo se desenvolveu como uma cidade industrial, dentro do modelo da I Revolução Industrial, com fábricas relativamente pequenas, localizadas em torno das ferrovias e dentro da malha urbana e no meio de residências. Inicialmente destinadas aos operários das fábricas.

Com as transformações promovidas pela II Revolução Industrial, marcada pela linha de produção fordista, em que as unidades fabris precisavam de áreas maiores e melhores acessos para os caminhões, as indústrias foram se transferindo para outras cidades, estruturando-se em torno da malha rodoviária. Deixando na cidade galpões e linhas ferroviárias ociosas ou abandonadas.

A decadência industrial da cidade foi substituída com vantagens econômicas e sociais pelos serviços, principalmente o comércio de alto padrão e pelas sedes empresariais.

Galpões industriais foram demolidos para dar lugar a imponentes prédios de escritórios.

A cidade de São Paulo se tornou a principal capital de negócios do Brasil e manteve concorrência com Buenos Aires para ser a principal sede das multinacionais na América do Sul.

Mudanças na estruturação das multinacionais colocam São Paulo em concorrência com outras cidades para ser a sede latino-americana dessas empresas.

Aparentemente, as multinacionais desistiram de focar o Mercosul, para tratar a América Latina como um todo, e criar unidades de negócio "Latam", isto é, Latin America, podendo colocar a sede em São Paulo, como na Ciudad del México, Lima no Peru, Bogotá na Colômbia ou outra cidade latino-americana.

A dificuldade de mobilidade urbana, os casos de violência urbana, poluição ambiental e outras mazelas podem fazer com que os executivos das multinacionais prefiram ficar em outra cidade que não São Paulo.

Mais uma vez São Paulo corre o risco de retrocesso pela perda de importantes atividades econômicas. Conseguirá, como nas outras vezes, se reinventar e desenvolver outras atividades, sempre trilhando o caminho da modernidade?

 

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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