Com uma área total a ser construída de 56.615 m², a ampliação do Shopping Campo Grande será tão radical que o empreendimento se enquadra na regra que exige audiência pública com a população. No dia 18 de dezembro, às 18h, no Auditório da Planurb, os responsáveis pelo projeto e representantes da prefeitura irão apresentar e discutir o estudo de impacto de vizinhança. A reforma do local está prevista para começar em junho de 2025 e ser concluída apenas em 2028, com um custo estimado de R$ 216 milhões.
Imagens ilustrativas divulgadas pelo Grupo Allos, responsável pelo primeiro centro de compras do Estado, projetam como deverá ficar o shopping após a expansão. Uma das principais mudanças envolve a construção de um novo edifício, que funcionará como estacionamento em andares, no sistema deck parking.
A estrutura, com área total de 34.154 m², vai oferecer 660 novas vagas, elevando a capacidade de 2.099 para 2.759 ao todo. Entre as vantagens do modelo deck parking, em comparação ao convencional, o grupo destaca que os veículos estarão protegidos do clima, como chuva e sol intenso, e terão fácil acesso em cada andar entre as lojas e o estacionamento.
Além do estacionamento, a partir de 2028, o público terá à disposição uma nova área gastronômica com quatro novos restaurantes de marcas nacionais e internacionais, que ainda não foram divulgados. Nos bastidores se fala na gigante da maquiagem, Sephora, e na volta da Zara, que funcionou até 2018 no Shopping Bosque dos Ipês.
O lugar vai ganhar mais 150 lojas satélites, uma loja semi-âncora e duas megalojas. A previsão é de 22.461 m² de lojas e áreas comuns, sendo que desses quantitativos, 12.200 m² equivalem a ABL (Área Bruta Locável). O quantitativo, segundo o grupo responsável, trará “ainda mais as opções de compras, serviços e lazer, com a oferta de grandes variedades de produtos e atividades, agregando maior potencial de interesse e atração de clientes”.
No “Estudo de Impacto de Vizinhança,” elaborado neste mês pelo Madeira & Madeira - Arquitetura e Engenharia, é relatado que ampliação vai oferecer uma área maior de uso sem a necessidade de alterar as superfícies do solo já existentes. Ou seja, as novas lojas serão construídas em áreas já edificadas, passando apenas por um redesenvolvimento.
A previsão é que o mix de lojas traga mais variedade, contemplando os segmentos de vestuário, calçados, acessórios, artigos esportivos, moda praia, perfumaria, cosméticos, salão de beleza, lotérica, rede bancária, telefonia móvel, artigos de decoração, móveis, eletrodomésticos, brinquedos, livraria.
Arte terena - O visual do Shopping Campo Grande trará referências da diversidade cultural e étnica presente na cidade. Esses detalhes são apresentados no estudo divulgado neste mês.
Conforme consta nessa pesquisa, seja na nova fachada, ou nos espaços internos, o projeto combina geometrias de linhas retas com os tons terrosos da “Cidade Morena”. Os elementos gráficos vão criar padrões inspirados na expressão cultural dos povos indígenas, com destaque para o grafismo utilizado pelos terenas.
Essa inspiração poderá ser vista tanto externa quanto internamente nos elementos vazados. Elementos naturais como a madeira, pedra e vegetação também serão usados na linguagem visual. As projeções feitas pelo grupo através de imagens mostram como esses elementos estarão presentes.
Em relação à geração de empregos, segundo o Allos, a ampliação deve superar os 2.500 postos já existentes, dobrando-os por meio da criação de mais de 5 mil empregos, tanto diretos quanto indiretos.
Em entrevista concedida em setembro ao Valor, o vice-presidente de negócios da Allos, Leandro Lopes, a expansão vai trazer aumento nas vendas. “Estamos sem área nova disponível ali há anos, e era hora de ampliar e qualificar o portfólio do Campo Grande. É um shopping com venda por metro quadrado [ao mês] de, em média, R$ 2,1 mil, que não deve nada aos grandes ativos do setor, e acreditamos num aumento de 40% das vendas do shopping após o investimento”, afirmou. (Imagem: Allos, divulgação)
CAMPO GRANDE NEWS, 18/11/2024