Por Jorge Hori* - Eleito no final de outubro, o novo presidente desenvolverá a preparação das suas ações no Governo. Naturalmente, o seu foco será a política econômica, para impulsionar o crescimento econômico e reduzir o desemprego.
Na eventualidade de Bolsonaro ser eleito, o seu ministro da Fazenda ou da Economia está definido e irá se debruçar sobre as reformas: a principal é a tributária, tentando aprovar algumas medidas ainda neste ano, em função do princípio da anualidade. Esse requer ainda que o novo tributo ou a repercussão das suas alterações estejam previstas na Lei Orçamentária Anual. Dependerá do Congresso atual, com a avaliação do índice de renovação. Os indícios atuais indicam um baixo índice de renovação, o que significa que a Câmara nova será substancialmente igual à atual. Os interesses serão os mesmos.
Bolsonaro, se eleito, buscará, estimulado pelo seu assessor econômico, promover o enxugamento da máquina administrativa federal, reduzindo o número de Ministérios.
Preparará outros projetos de lei e medidas provisórias para encaminhar ao Congresso, tão logo assuma a Presidência.
Terá ele uma base aliada suficiente para aprovar as medidas?
O "centrão" deverá ser a maior bancada e com a adesão do MDB fará a maioria na Câmara. O centrão tende a ser governista, mas dependerá do que será negociado.
Paulo Guedes, se tornado ministro da Economia, poderá ter a mesma via crucis de Joaquim Levy. Terá que negociar com a Câmara os votos necessários para a aprovação das medidas, sem ter o apoio de um competente e experiente negociador.
Guedes é um "utopista" que acredita que o Congresso aceitará o que for melhor para o Brasil: "melhor” na visão dele. Que nem sempre coincidirá com o "melhor" na visão dos deputados.
Ele acha que é uma questão de convencer e não de negociar. Pouco conseguirá.
Qual será a reação do mercado, dos agentes econômicos diante da eventual frustração das reformas por inexperiência e voluntarismo do novo Governo?
A perspectiva é de menor confiança e de persistência da paralisia, com adiamento dos investimentos produtivos e dos aumentos de produção. Com consequente aumento dos empregos.
O Brasil corre o risco de repetir em2019 amesma situação de 2015, com a dupla Dilma-Joaquim Levy, dando partida a uma nova e prolongada recessão.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
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