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Automação de veículos comerciais avança no IAA 2018

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Sensores, radares e câmeras por todos os lados; computadores de bordo que tudo sabem e tudo veem; acionadores mecatrônicos de freios, acelerador, câmbio e direção. Em maior ou menor grau, as tecnologias de automação foram assimiladas pela maioria dos veículos comerciais apresentados este ano no Salão de Hannover, na Alemanha (o IAA Nutzfahrzeuge 2018, de 20 a27 de setembro). Em compasso ritmado com eletrificação e conectividade, os sistemas de assistência avançada ao motorista e propostas de condução autônoma seguem rota ascendente e rápida nos caminhões, ônibus e vans exibidos no evento, deixando a abstração dos modelos conceituais para a realidade de ruas e estradas.
“Há dois anos, no último IAA, 80% das tecnologias exibidas aqui estavam em desenvolvimento, hoje 90% estão prontas para uso”, resume Wilson Bricio, presidente da ZF América do Sul.

A ZF não fabrica veículos comerciais, mas fornece grande parte das tecnologias de automação introduzidas neles. No IAA, exibiu no pátio externo uma van que segue seu motorista de forma autônoma enquanto ele entrega uma encomenda, além de um cavalo mecânico que encontra sozinho a carreta que deverá puxar e se conecta a ela automaticamente na doca do armazém, sem interferência do motorista, tudo programado na plataforma aberta de conectividade.

No estande da Hannover Messe, entre várias tecnologias de sua estratégia cibernética “Ver, Pensar e Agir”, a ZF mostrou sensores, processadores e atuadores. O mais recente exemplo prático dessa estratégia é o sistema de assistência lateral, o “Side Vision Assist”, que virtualmente elimina os pontos cegos no retrovisor por meio da aplicação de câmeras e radares nas laterais do veículo, que não só alertam o motorista sobre a presença de pedestres ou ciclistas como também ativam automaticamente os freios para evitar acidentes – em mais um elemento da proposta de fusão de sensores que geram dados interpretados por inteligência artificial para ativar funções. A tecnologia já está começando a ser usada na prática por alguns fabricantes de caminhões e ônibus na Europa.

Na mesma linha, a Wabco trouxe ao IAA versão evoluída de seu OnGuard, que está sendo adotado por caminhões Iveco na Europa. Por meio de radar, o sistema ativa frenagem automática e é capaz de fazer o caminhão desviar de uma colisão iminente, em qualquer condição de visibilidade.

ABSTRAÇÕES REALISTAS

Apesar de o futuro já estar sendo realizado no presente, a visão de mais longo prazo também esteve presente no IAA 2018, mas são abstrações realistas, que parecem factíveis em mais uma década. A aposta da Mercedes-Benz nesse intervalo de tempo é a van conceitual Vision Urbanetic, elétrica e 100% autônoma, com um chassi e algumas carrocerias intercambiáveis, usadas de acordo com a necessidade.

O conceito futurista é o de uma van autônoma que pela manhã e tarde faz trajetos com uma carroceria de passageiros para atender pessoas que programaram o serviço para ir ao trabalho e de volta para casa. No intervalo entre uma função e outra, a Urbanetic vai a um outro ponto de “muda de roupa”, assume a forma de furgão e começa a entregar encomendas pela cidade.

E NO BRASIL?

A janela para o futuro aberta pelo IAA sempre motiva uma pergunta recorrente: os veículos comerciais no Brasil vão participar dessa evolução tecnológica? A resposta da maioria dos executivos é “sim, mas com atraso de pelo menos uma geração de produto”, devido especialmente às questões estruturais desfavoráveis no País.

Essa evolução depende essencialmente de dois fatores: custos (ou da possibilidade de redução deles) e da legislação do País.

Usar tecnologia para reduzir custos operacionais é o melhor estímulo para adotá-la rápido. É o caso de caminhões autônomos usados na colheita de cana-de-açúcar no Brasil, já entregues a clientes por Volvo e Mercedes. As duas iniciativas são adaptações da tecnologia de direção autônoma para circulação nos ambientes confinados dos canaviais.

É uma questão de tempo e paciência, mas o futuro sempre chega – primeiro nos salões dos países desenvolvidos.

Fonte: Automotive Business, de Hannover (Alemanha), 25/09/2018

Categoria: Geral


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