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Montadora terá fábrica que transforma carros velhos em novos a partir de 2025

A Toyota planeja se tornar uma das primeiras fabricantes a emitir zero carbono no somatório de todas as suas atividades no mundo. Para atingir isso até a próxima década, uma das apostas da japonesa é a reciclagem e reutilização de carros velhos, que darão vida, em diferentes modos, a veículos novos. A iniciativa, chamada de Fábrica Circular Toyota, estreará no Reino Unido, na planta de Burnaston, que seguirá a rotina de sustentabilidade a partir do final de 2025. Nessa primeira fase do projeto, diz a marca, será possível reutilizar até 10.000 automóveis por ano. São diferentes formas de reaproveitamento, que começam por um processo de triagem que atesta a capacidade do "lixo" conforme a função desejada. Se for uma peça intacta, por exemplo, ela pode ser recondicionada e revendida — provavelmente com um desconto e sem prejuízo à funcionalidade.

A cada 89 segundos um carro é feito em Burnaston, onde 120.000 peças vindas da reciclagem serão usadas anualmente.

Itens mais importantes, como baterias ou rodas de liga leve, não voltam diretamente às lojas, mas podem servir de matéria-prima a um novo ciclo de fabricação. Caso haja danos significativos, por outro lado, é possível aproveitar metais e plásticos remanescentes. O mesmo vale para os diferentes aços da carroceria, que, em último caso, são triturados e levados à fundição para originar novas peças. A reciclagem do aço é mais comum para ligas que compõem setores menos importantes à segurança dos carros e evita toneladas de carbono que viram da eventual extração do minério de ferro. Processos semelhantes, diz a Toyota, serão feitos com cobre, alumínio e plástico, que, após o beneficiamento, voltarão à planta inglesa cuja principal de linha de montagem é do Corolla. Plano eficiente Enquanto o foco da luta contra as emissões de carbono se concentra nos carros elétricos, estudos corroboram a escolha da Toyota em reforçar a reciclagem.

Segundo relatórios da World Steel Association, a reciclagem do aço pode reduzir em até 58% o dióxido de carbono produzido para montar as carrocerias. A Zemo Partnership, um think thank de incentivo aos carros mais sustentáveis, reforça que, no caso de veículos elétricos, metade de todo o carbono emitido por causa de sua existência vem da fase de produção, acentuando a importância do chamado "aço verde". A União Europeia acrescenta que, atualmente, há seis milhões de veículos abandonados em seu território. São materiais desperdiçados e que causam problemas ambientais como ocupação irregular do solo, contaminação e proliferação de doenças, diz o bloco. Não à toa, a Toyota europeia tem até um vice-presidente para Economia Circular: Leon van der Merwe, que estima recuperar, em 12 meses, 300 toneladas de plástico "de alta pureza" e 8.200 toneladas de aço para utilizá-los em 120.000 novas peças.

UOL, 28/03/2025

Categoria: Geral


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