
Esteticamente, as mudanças mais significativas foram na dianteira e na linha do teto do Loremo, que agora cai de forma mais acentuada. As lanternas traseiras também ficaram maiores.
Os conceitos fundamentais do carro, no entanto, se mantiveram ilesos. Ele não tem portas, mas sim uma abertura frontal, que dá acesso à cabine. Quando é aberta, ela leva consigo o volante e os instrumentos do carro. Segundo a empresa, entrar nele é como "entrar em uma banheira". Esse aspecto tem o objetivo de diminuir o arrasto aerodinâmico e o silêncio no interior do veículo. Isso também beneficia a segurança, uma vez que a lateral do veículo é mais resistente do que se tivesse portas.
Os bancos são fixos, outra característica que é apontada como fundamental para a segurança, já que a estrutura de retenção é mais forte, e uma tendência no design do futuro. O ajuste se limitará aos volantes e aos pedais do carro.
O motor, além de central, divide o habitáculo para a parte dianteira e traseira, ou seja, o motorista e o passageiro da frente ficam separados dos de trás pelo espaço onde se aloja o propulsor. Quem for atrás ficará de costas para o motorista, o que diminui o risco de lesões à coluna em batidas de frente.
Para entender o que a economia de combustível do Loremo representa, basta dizer que seria suficiente um tanque cheio do carro, de 20 l de diesel, para ir de São Paulo a Blumenau, em Santa Catarina, e voltar sem ter de parar a não ser para descansar as pernas. Seriam 1.312 km de autonomia, uma marca três vezes melhor que a dos carros mais econômicos do mercado brasileiro e seis vezes mais interessante que a média dos veículos. A razão é simples: com um carro mais leve, é possível usar um motor menos potente para realizar o mesmo serviço.
O carro terá duas versões, a LS (Leve e Simples) e a GT. A primeira com motor turbodiesel de dois cilindros e meros 20 cv, com velocidade máxima de 160 km/h e 20 s para ir da imobilidade aos 100 km/h. Isso deve ser um inibidor de vendas, mesmo que ela tenha um consumo de 66,7 km/l de diesel. Carros com aceleração muito lenta podem ser perigosos em situações de ultrapassagem, por exemplo.
A GT, por sua vez, terá também motor turbodiesel, mas de três cilindros e com 49 cv, capaz de ir aos 100 km/h em 9 s e de uma máxima de 220 km/h! Com consumo um pouco maior, de 37 km/l. Assim, com os mesmo 20 l de diesel é possível ir de Curitiba, no Paraná, a Volta Redonda, no Rio de Janeiro, distância de 736 km, sem escalas!
A inteligência do conceito está representada pela economia, pelo preço e também pela simplicidade, que afeta diretamente os outros dois quesitos. Afinal de contas, é pelo baixo peso e simplicidade de construção que o veículo vai custar tão pouco. A versão LS sairá, na Europa, por 11 mil euros (pouco menos de R$ 28 mil), enquanto a GT terá preço de 15 mil euros (quase R$ 38 mil).
A empresa fala em fazer uma série pequena do carro, em 2009, mas deve ter de repensar os volumes de produção em pouco tempo. Afinal, que outro carro de R$ 38 mil (ou qualquer outro valor) chega a 220 km/h e faz 37 km/l, além de ser ecologicamente muito correto?
Fonte: site WebMotors, 25 de julho de 2008