Por Jorge Hori*
O mês de fevereiro era sempre esperado com grande expectativa pelo setor automobilístico, em função de uma demanda sazonal: a compra de um carro para o filho ou filha que passou no vestibular e vai ingressar na faculdade. É também um momento de libertação do garoto ou garota. Não precisa mais ficar dependente do ônibus ou do metrô. Não precisa mais ser levado ou buscado na escola.
Atualmente vem decepção: "Pai, não quero carro! Está com dinheiro? Então me financie uma viagem, com a turma”.
A independência é buscada de outra forma: sair de casa para ir morar numa república, com os colegas.
E o mercado automobilístico não se anima com a compra dos carros para os calouros.
O trânsito poderá não sofrer grandes alterações, uma vez que o jovem irá dispensar o seu carro próprio, mas usará um aplicativo para usar o carro de terceiros.
Já os estacionamentos terão uma queda de demanda porque os carros chamados pelos aplicativos não precisam usar vagas pagas.
É uma nova realidade que requer a reavaliação dos modelos de negócios.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.