O foco hoje é a inflação, tanto no Brasil quanto nos EUA. Esses números são essenciais para tentar entender para onde vão os juros nesses dois países.
A inflação de fevereiro ficou em 0,83%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).No mês anterior, em janeiro, o índice havia registrado alta de 0,42%. Em fevereiro do ano passado, o IPCA ficou em 0,84%. A inflação acumulada nos últimos 12 meses é de 4,50%. O resultado do mês foi influenciado pelo aumento no grupo de Educação (4,98%), que teve o impacto de 0,29 p.p. no índice. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (12) pelo IBGE.
O Boletim Focus, também divulgado hoje (12), mostrou que as projeções para inflação e PIB continuam praticamente inalteradas. O mercado espera um IPCA de 3,77% para 2024 (na semana passada, era de 3,76%) e um PIB de 1,78% (na semana passada, era 1,77%). A projeção da Selic para 2024 continua em 9%.
O mercado aguarda a divulgação do CPI (Índice de Preço ao Consumidor, na sigla em inglês) dos EUA hoje. O dado mais recente, de janeiro, subiu 0,3%, ficando acima do que os analistas projetavam. A expectativa é que o Fed (Federal Reserve) não deva reduzir as taxas de juros tão cedo. A próxima reunião da instituição acontece nos dias 19 e 20 de março.
A inflação não impacta no bolso do consumidor só por causa do aumento dos preços, mas também porque afeta a política de juros. A taxa básica da economia, a Selic, é uma das ferramentas que o Banco Central usa para tentar controlar a inflação. Com a inflação alta, o Itaú BBA já ajustou a sua expectativa para a Selic até o fim do ano, hoje em 11,25%. O banco revisou suas estimativas em relatório distribuído ontem e espera que a taxa chegue a 9,25% em 2024 e fique nesse patamar em 2025 - antes, a previsão era de 9%.
Mas o banco também revisou a previsão para o PIB, antes em 1,8%, para crescimento de 2%. "A evolução do cenário internacional (com redução do tamanho esperado do ciclo de corte de juros nos EUA), bem como a piora da dinâmica inflacionária doméstica na margem (com maior pressão em itens de serviços ligados ao desempenho do mercado de trabalho) devem limitar a queda de juros no Brasil", disse o banco.
UOL, 12/03/2024