A região central do Recife conta com 2.500 vagas de estacionamento dentro da Zona Azul, sistema de controle de vagas em que o cartão custa R$ 1. Somente no Bairro do Recife, são 736 vagas neste sistema, quase todas controladas por flanelinhas, que cobram o dobro do valor, no mínimo, pelo cartão de estacionamento durante o dia. À noite, o valor cobrado é ainda maior, chegando a R$ 10 em algumas localidades.
No ano passado, a prefeitura cadastrou os flanelinhas, que só podem atuar no Bairro do Recife com um crachá de identificação, cobrado em fiscalizações desde janeiro. A medida visava diminuir as ameaças aos motoristas e cobranças abusivas. Na prática, no entanto, ainda há aqueles que esquecem o crachá e outros que sequer usam o documento.
A corretora de seguros Cláudia Santos conta que se sente ameaçada e, por isso, acaba cedendo, pagando sempre aos flanelinhas. “Eles ameaçam, intimidam você. Falam que, se você não der, eles podem arranhar seu carro, você pode não sair do jeito que você chegou... É bem forte, bem doloroso”, relata.
Lucas Cavalcanti é administrador de empresas e reclama que o trabalho dos flanelinhas não facilita a procura de vagas. “Deveria ter outra maneira para os motoristas estacionarem. Estou aqui há um tempo e ainda não achei vaga. E, se de dia não tem, de noite é pior ainda”, garante.
A Secretaria de Mobilidade do Recife informou que tem estudado maneiras de melhorar a Zona Azul e que a análise do projeto está em andamento.
Fonte: G1/PE, 23 de novembro de 2015