A seguinte matéria, com entrevista do presidente do Sindepark, Marcelo Gait, foi publicada na edição nº 242 do boletim bimestral impresso da Fiabci - Brasil (Federação Internacional Imobiliária) e também na versão online (http://www.fiabci.com.br/)
Mesmo com todas as mudanças advindas com as tecnologias, as questões envolvendo mobilidade urbana estão sempre pautadas nas solicitações da população. O crescimento do número de aplicativos e alternativas de transporte representam um ganho na qualidade de vida. Nos últimos anos surgiram diversos aplicativos de carona, compartilhamento de veículos e aluguel de carros. Por essa razão, pode-se prever que os veículos ainda continuarão a fazer parte da vida das pessoas por muitos anos. E, quando as pessoas não escolhem se locomover por um aplicativo, elas utilizam o carro próprio, nesse contexto surge outra necessidade: a de estacionar o carro num lugar próximo do destino. Isso é refletido nos números do setor de estacionamentos, que vem crescendo mesmo com a crise.
1) Por que as pessoas no Brasil utilizam carros para locomoção?
Por várias razões. Somente em São Paulo, cerca de 30% da população se locomove de carro. É um número semelhante à parcela que usa transporte público ou prefere caminhar. Esta realidade ocorre por conta da distância entre onde as pessoas moram e as oportunidades de trabalho, serviços e lazer. Os carros são um dos principais motores da economia e as pessoas os utilizam porque precisam; seja como uma alternativa mais independente de deslocamento, mais rápida, barata ou prática, de acordo com a necessidade de cada um.
2) Qual a importância dos estacionamentos nesse cenário?
Os estacionamentos são de vital importância para atividade do comércio em várias regiões da cidade, evitando o surgimento de zonas decadentes e garantindo a praticidade econômica e valorização de diversos endereços. Acredito que no futuro veremos os estacionamentos não só como lugar para deixar nossa propriedade, mas como locais para carregamento de carros elétricos, pontos de coleta e devolução de automóveis compartilhados e manutenção de veículos autônomos.
3) Utilizar o transporte público não seria uma saída para diminuir o trânsito?
Para diminuir o número de pessoas que utilizam os automóveis particulares, precisamos de alternativas melhores e que atendam a todas as classes sociais. No que diz respeito ao transporte público, ainda estamos longe desta realidade.
Fonte: boletim FIABCI Hoje, maio-junho 2018, nº 242