Por Jorge Hori* - O "mercado" caminha no sentido da redução geral da demanda por vagas em estacionamentos pagos. Além da compressão quantitativa decorrente de fatores externos, há substanciais mudanças qualitativas. Mas haverá ainda uma demanda remanescente.
Essa será segmentada, com alguns segmentos crescendo sustentavelmente ou temporariamente e outros em contínua decadência.
Algumas empresas de estacionamento enfrentarão crises sucessivas, com redução de demanda, ociosidade nas suas garagens, rendas menores, levando - ao longo de pouco tempo - ao encerramento de suas atividades, ou transferência a terceiros.
Da mesma forma, outras crescerão sucessivamente e tomarão o mercado remanescente daquelas em crise.
A diferença entre as bem e as malsucedidas pode ser resumida em um termo: RENOVAÇÃO.
Com a crise, a prioridade das empresas foi e tem sido a redução de custos internos, primeiramente para manter as margens e na sequência reduzir os preços para enfrentar a concorrência.
Há uma pequena mas gradual melhora na economia, trazendo esperanças de uma recuperação da atividade, o que tem gerado frustrações, em geral.
Como tem ocorrido ao longo da história, alguns setores da economia crescem, apesar da crise geral, e outros sucumbem.
Os estacionamentos não têm demanda primária. Estão vinculados à demanda de destino das pessoas, que usam o carro próprio para chegar ao destino desejado.
Se a atividade de destino estiver em crescimento, com mais trabalhadores, clientes ou usuários, atrairá mais carros e gerará demanda para os estacionamentos do entorno. A competência do gestor do estacionamento estará na capacidade de captar essa demanda, antes ou mais que o concorrente. É da dinâmica do mercado que ao emergir ou ampliar uma demanda a oferta irá buscá-la.
Ao contrário, se a atividade de destino estiver estagnada ou em decadência, os estacionamentos do entorno terão redução da demanda. Irá gerar maior ociosidade, com mais vagas não preenchidas.
A decadência poderá ser regional. Com os aluguéis mais caros, os inquilinos poderão - no seu afã de reduzir custos - buscar outras regiões com valores menores de locação.
A resistência de locadores em reajustar preços para baixo poderá levar às migrações, afetando os estacionamentos existentes.
A sobrevivência ou desenvolvimento das garagens será função da competência de gestão em ajustar o seu negócio ao comportamento dos negócios primários dos quais são dependentes.
*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.