Um dos sintomas que indicam o crescimento de um município é, segundo especialistas, a presença de diferentes pontos de estacionamento pago. Em Santa Cruz do Sul, além das 1,6 mil vagas do Rapidinho e dos estacionamentos de lojas e prédios públicos, a cada ano pipocam novos estabelecimentos que ofertam vagas para veículos.
O último deles, inaugurado no mês passado, transformou piscinas desativadas em área de pernoite para automóveis, com um serviço que vai além de oferecer uma opção para quem tem pressa em encontrar um lugar para deixar o carro. Nesse e em outros é possível deixar lavar o veículo enquanto ele é guardado e manter seguros carros e motos, mesmo durante a noite. A Gazeta do Sul percorreu a área central e contabilizou 17 espaços com estacionamentos pagos, cuja finalidade é atender a esta demanda crescente.
Demanda é o que não falta
Para este levantamento, a Gazeta do Sul cercou a área entre as ruas Galvão Costa e Senador Pinheiro Machado e, no outro sentido, entre as ruas Thomaz Flores e Assis Brasil, no Centro.
Em meio a esta área, com limites um pouco menores, está a faixa azul do Rapidinho. Conforme o Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), administrador do Rapidinho, a área de abrangência fica entre as ruas Marechal Deodoro e Ernesto Alves e, no sentido oposto, entre a Avenida Senador Pinheiro Machado e a Rua Sete de Setembro.
No perímetro, estão localizadas 1.630 vagas de estacionamento. Segundo o Consepro, não há redução na ocupação desses espaços, apesar do aumento no número de estacionamentos pagos particulares no Centro. Uma mostra de que há demanda.
Pagar para estacionar é um hábito comum em cidades grandes
De acordo com dados da Secretaria Municipal de Transportes e Serviços Urbanos, a frota emplacada em Santa Cruz é estimada em 92 mil veículos. Por conta disso, a necessidade de locais para estacionamento é crescente no município. “Essa é uma tendência de grandes cidades. Em Porto Alegre, por exemplo, perceberemos que em cada quadra há mais de um estacionamento pago. Nosso município acompanha este movimento”, destaca.
A necessidade de espaço é tanta que muitas áreas ociosas começam a ser ocupadas por veículos. Fechadas há uma década, as piscinas da Sociedade Ginástica, na Rua Borges de Medeiros, deram lugar ao mais novo estacionamento pago. As piscinas adulto e infantil estavam desativadas e foram aterradas para receber o investimento. Palco de grandes eventos no passado, como o concurso Rainha das Piscinas, realizado pela Gazeta Grupo de Comunicações entre as décadas de 1990 e 2000, o local acabou sem uso e foi transformado em estacionamento em abril.
O empresário Jacob Braun aprova a criação e a manutenção de espaços para estacionamento. Ele conta que sua empresa mantém uma vaga no edifício-garagem Buncker Car, na Rua Marechal Deodoro, desde a construção do prédio. “É a possibilidade de ter uma vaga bem no Centro, sempre à disposição. Estamos perto dos bancos e qualquer atividade fica mais fácil com o estacionamento garantido”, resume.
O empresário Cristiano Hammes, do edifício garagem Gasima, conta que o empreendimento tornou-se muito importante para os negócios. Hoje já são três andares. O quarto pavimento está sendo construído para garantir as garagens dos apartamentos, nos andares superiores, e mais vagas para o rotativo.
Fonte: Gazeta do Sul, 1/05/2019