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Coronavírus e os impactos para o setor de estacionamentos

 

Por Jorge Hori* - A epidemia mundial do coronavírus tem dois impactos diretos na indústria e no consumo geral, porém, de forma diferenciada.

A indústria será afetada por falta de peças que vem sendo supridas pela China. Os mais atingidos são a indústria automobilística e a indústria de eletroeletrônicos. Decorrem da maior inserção da montagem no Brasil dos produtos finais para consumo.

Em função da globalização, com a especialização de países na produção de partes industriais, com grande desenvolvimento na China, principalmente de autopeças e partes de aparelhos de informática e telecomunicações, afeta a produção industrial em todo o mundo. O modelo produtivo da China, para obter custos menores, está na megaescala de produção. Não tem o monopólio, mas oferece os preços mais baixos. Com a interrupção da produção de várias peças ou partes industriais, a alternativa é comprar de outros países, ainda que a preços maiores. Ou ampliar as compras internas, que é o que os EUA estão fazendo.

No setor automobilístico, assim como em vários outros setores, o Brasil tem condições de assegurar o suprimento com produção interna, mas a preços maiores que dos chineses. Inicialmente há resistências, assim como reivindicações de subsídios, mas na sequência, depois da percepção de um processo mais demorado, as indústrias vão se suprir da própria indústria nacional. Nacionalizando a cadeia produtiva.

A globalização trouxe vários efeitos positivos, mas fragilizou a segurança industrial. O Brasil terá que se ajustar a essa nova realidade.

A curto prazo irá favorecer o crescimento, pela maior produção industrial, mas há o risco de um recrudescimento da inflação.

Especificamente em relação aos estacionamentos, o impacto direto será o encarecimento da automação, além de problemas de padronização.

O impacto indireto, em relação à demanda, ainda é incerto. Mas a insegurança industrial no setor de telecomunicações e de tecnologias digitais poderá afetar os aplicativos de chamada, por dificuldades das empresas em repor as peças.

O mercado “cinza” dos smartphones será muito afetado, impactado a quantidade de usuários dos aplicativos.

O setor de estacionamentos será ainda afetado indiretamente pelo enfraquecimento da atividade de turismo de negócios internacionais. Haverá reflexos nos estacionamentos dos aeroportos internacionais. Vários países estão cancelando feiras, inclusive o Brasil. E elas sempre lotam os estacionamentos durante a sua realização.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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