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Consequências graves do coronavírus para os estacionamentos

 

Por Jorge Hori* - O COVID-19 é um coronavírus mutante, com baixa letalidade (óbitos em relação aos infectados), mas de fácil e rápida contaminação, o que leva a números absolutos de mortos preocupantes. A preocupação é ainda maior porque atinge pessoas de maior renda, que têm condições de viajar para o exterior, incluindo jornalistas e celebridades.
Os que voltaram recentemente da Europa viveram situações inusitadas de cidades inteiramente vazias e notícias de terror, com os médicos tendo que decidir quem pode viver e quem é deixado para morrer, por falta de equipamentos.
Na primeira fase do surto, em território brasileiro, inteiramente importada, a preocupação da população foi limitada: "Só ocorre com eles, nós estamos livres".
Mas em São Paulo e no Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras, já chegou a contaminação comunitária, na qual não se consegue identificar a fonte, podendo ocorrer em qualquer aglomeração de pessoas. Com isso o crescimento do contágio se torna exponencial, gerando uma sobrecarga sobre os sistemas de saúde, podendo mesmo levar ao colapso, como ocorreu na Itália.
Para evitar a sobrecarga, a estratégia das autoridades sanitárias é conter a ocorrência das aglomerações, sejam fixas ou móveis. Neste caso, reduzir a movimentação das pessoas nas grandes cidades, com amplo uso do transporte coletivo. Suspende eventos e solicita que a população, principalmente os mais idosos, não saiam de casa.
Se a população atende às orientações das autoridades sanitárias, estas podem se concentrar nas medidas sanitárias.
Caso não haja uma resposta positiva da população, adotam-se medidas radicais, como o fechamento de cidades, para conter os focos, ou a quarentena geral, proibindo as pessoas de saírem às ruas, a menos por necessidades urgentes de saúde e compras essenciais.
Na cidade de São Paulo, em seus pontos principais, verifica-se o atendimento da população, com ruas vazias, sem carros circulando e com poucos pedestres.
Sem a movimentação dos carros, os estacionamentos também vão ficar vazios. Uma grande parte já está "às moscas".
Sem demanda, sem receita, as empresas não terão alternativas. Num primeiro momento irão atrasar os pagamentos. Em seguida promoverão demissões e renegociações. O mais crítico é quanto aos aluguéis, com a tradicional resistência dos locadores em reduzir os valores ou conceder uma carência.
O pacote do ministro da Economia, além de tímido, no geral, pouco alcança as empresas de estacionamento. A defasagem da parcela da União no Simples precisa ser acompanhada pelo Estado e pelo Município. O Município, seguindo a diretriz federal, deve postergar o pagamento do ISS.
As empresas de estacionamento serão fortemente afetadas pela crise sanitária do novo coronavírus, que vem se somar à crise dos aplicativos. Algumas não vão sobreviver e será preferível reduzir o número de estabelecimentos ou vagas, ou até sair do negócio, do que insistir até "quebrar".

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:

Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.


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