Parking News

Brasil tem queda recorde de Covid em grandes cidades desde início da pandemia

Quatro em cada cinco cidades com mais de 100 mil habitantes no Brasil tiveram redução de novos casos da Covid-19 em outubro, maior índice de toda a pandemia.

Os dados são do monitor de aceleração da Covid da Folha, que mede a velocidade de crescimento de novas infecções pelo coronavírus nos estados e municípios grandes, que têm dados mais estáveis e confiáveis que os menores.

Em média, outubro teve, por dia, 260 cidades no estágio de desaceleração, quando o número de novos casos está em queda. Isso representa 80% das 326 cidades com mais de 100 mil habitantes.

O pior índice foi em maio de 2020, quando a média diária de cidades com redução de casos chegou a três.

Por sua vez, outubro de 2021 teve o menor número de municípios com crescimento acelerado de casos —média de 16 por dia (5%). Nesse estágio, segundo a classificação do monitor, o ritmo de infecções cresce de forma expressiva e descontrolada. O pico foi em junho do ano passado, com 287 (88% das cidades grandes).

O monitor tem ainda outras três etapas possíveis: estável (quando o número de novos casos é constante, mas considerável), reduzido (quando não há nenhum ou muito poucos novos casos) e inicial (quando os casos começam a surgir, no início da epidemia).

Entre as 27 capitais, 21 passaram todo o mês passado no estágio de desaceleração. É o caso de São Paulo, Salvador, Manaus, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre, por exemplo.

Já Boa Vista, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Teresina e Vitória tiveram parte dos dias em situação estável ou de crescimento acelerado de casos, embora a maior parte do mês tenha sido em desaceleração ou estabilidade.

No total dos municípios com mais de 100 mil habitantes, 182 (56%) estiveram em desaceleração durante todos os dias de outubro.

Apenas uma cidade, Valparaíso de Goiás (GO), passou todo o mês com crescimento acelerado de casos. Para efeito de comparação, em abril deste ano eram 20.

Outubro também foi o mês com maior número de cidades grandes sem mortes por Covid desde maio de 2020. Foram 22 (7%) e 43 (13%), respectivamente.

Já no total das 5.570 cidades brasileiras, 3.612 (65%) não tiveram óbitos no mês passado. É o maior percentual desde maio de 2020 (72%).

Especialistas ouvidos pela Folha veem com otimismo a queda no número de casos e afirmam ser decorrente, principalmente, do avanço da vacinação e, mais especificamente, de uma vacinação recente no país.

"É o grande impacto de uma população com uma elevada cobertura vacinal e recentemente vacinada, pois a gente já sabe hoje que as vacinas perdem parcialmente a sua proteção com o passar dos meses, embora a proteção para casos graves, hospitalizações e óbitos seja mais duradoura", explica Renato Kfouri, pediatra e diretor da SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Vacinas pelo mundo e a aplicação no Brasil

Apesar de ter começado a campanha de vacinação contra Covid cerca de um mês depois de países como Reino Unido e Alemanha, o Brasil conseguiu avançar e ultrapassou a marca de 70% da população com ao menos uma dose no início de outubro.

Hoje, cerca de 75% da população brasileira recebeu pelo menos uma dose dos imunizantes e 58% já tomaram as duas doses ou dose única. Nos demais países, há uma certa dificuldade em fazer com que pessoas que se opõem à vacinação adiram à campanha.

Nos EUA, onde há baixa adesão às vacinas em alguns estados, a cobertura vacinal não é homogênea, chegando a cerca de 40% da população totalmente vacinada em locais como a Virgínia Ocidental e Wyoming.

"Nós temos uma cobertura que é homogênea, e isso é importante também", completa Kfouri.

Um recrudescimento da pandemia também é observado na Europa, com alguns países como a Holanda decretando novos lockdowns. O continente europeu contabilizou mais da metade dos novos casos de Covid no mundo no final de outubro e viu uma subida repentina nas novas infecções e hospitalizações pela Covid após o relaxamento de medidas de proteção.

"Esse é um problema e nós devemos ficar atentos porque, apesar do momento epidemiológico favorável, é importante não afrouxar as medidas", ressalta o epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina da USP Paulo Lotufo.

Manter os cuidados, como o uso de máscaras, o distanciamento físico entre as pessoas e frequentar, de preferência, ambientes ao ar livre ou espaços bem ventilados são medidas que ajudam a diminuir a circulação do vírus.
Fonte: 14/11/2021

Categoria: Geral


Outras matérias da edição


Seja um associado Sindepark