A Prefeitura de São Paulo planeja, segundo o Plano Municipal de Mobilidade, cobrar um valor ainda maior dos carros que estacionarem nas regiões de Zona Azul em alguns bairros, como Pinheiros, Jardins, Paulista, Itaim Bibi e Brooklin. Mas qual vantagem para o paulistano essa nova medida irá trazer? A Zona Azul tem como suposta finalidade elevar a oferta de vagas, evitando um aumento nos preços dos estacionamentos. Ou seja, seguindo a lógica declarada no decreto que institui a cobrança, cobrar mais caro um talão de Zona Azul em alguns bairros só faria sentido se houvesse excesso de carros e escassez de vagas na região.
Mas não é o caso, pois os bairros que sofreriam aumento de preços representam 40% de todas as mais de 38 mil vagas de Zona Azul disponíveis na cidade e a Prefeitura não apresentou dados que provem um aumento na demanda de veículos onde será aplicado o aumento de tarifa. Ora, se não é por escassez de vagas, o aumento pouco atingirá os moradores das regiões nobres, pois eles, certamente, têm estacionamentos em suas residências. Ao contrário daqueles que trabalham nesses locais e precisam estacionar nas ruas. Vale lembrar que milhões de pessoas se deslocam das periferias diariamente para trabalhar nas regiões intituladas como nobres.
É importante destacar ainda que o último aumento dos bilhetes de Zona Azul, que ocorreu em 2014, foi de 67%. Por maior que seja o esforço para justificar um novo aumento, na prática a medida representa apenas mais custos para o paulistano.
Fonte: Diário de S. Paulo - 22/04/2016