Por Jorge Hori*
Se ainda não existe, está próximo de ser inventado e colocado na praça muito proximamente. Quando o motorista colocar o seu local de origem e destino, o aplicativo lhe dirá não só qual a melhor rota, podendo ajustá-lo em função das condições reais de trânsito, como faz o Waze, mas lhe dirá onde estão os estacionamentos mais próximos e acessíveis, se é com manobrista ou self-parking, se tem vaga e qual o preço.
Principalmente nas áreas mais densas o estacionamento mais próximo do destino não é o mais acessível: ele pode estar em frente ao destino, mas do outro lado da avenida. Atravessar a pé não será fácil. Ou a rua é de mão única e o motorista pode estar no sentido oposto. Para chegar ao estacionamento no mesmo edifício do destino terá de dar uma volta, podendo enfrentar grande congestionamento. São informações ou elementos fundamentais para a decisão do motorista.
Proximidade e acessibilidade não são os únicos elementos de decisão. Se o estacionamento indicado é em prédio ou se é em terreno pode ser um elemento essencial para a escolha, assim como se tem manobrista ou não. Qual é o horário de funcionamento e quais os preços? Primeira hora, horas adicionais, valor máximo ou valor da diária ou da meia diária.
Se o destino for um evento, qual é o valor fixo?
O usuário tem preferência por alguma bandeira? Requer cartão de crédito ou de débito? Tem "sem parar" ou similares?
O usuário pode cadastrar todas as suas preferências e o aplicativo limitará as opções. Porque se o motorista estiver dirigindo não tem condições de responder a todas as opções durante a viagem. Poderá usar a alternativa da voz, mas sujeita a mais erros.
E os estacionamentos? Vão se cadastrar, fornecer as informações e atualizá-las sempre que houver alteração? Um dos problemas dos sites de busca e comparação é a atualização dos dados. Do contrário, o motorista irá a um estacionamento que poderá estar fechado. Ou com condições diversas do indicado no aplicativo.
E o aplicativo? Vai trabalhar apenas com os estacionamentos cadastrados ou irá fazer pesquisas próprias colocando as informações de todos os estacionamentos, cadastrados ou não? Quanto custará a ele uma atualização permanente? E quem irá pagar?
De toda forma, esse é o futuro. E as empresas de estacionamento terão de se preparar para esse futuro.
* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.
NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.