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Aeroporto de Florianópolis vai virar também rodoviária

O aeroporto de Florianópolis, em Santa Catarina, vai virar também uma rodoviária. No começo de novembro, o local obteve autorização do governo estadual para operar um terminal de ônibus, anexo ao espaço de onde partem os aviões.

Com dez plataformas, espera gerar um movimento de mais de 5.000 passageiros por dia nos próximos anos. Neste momento, o aeroporto está em negociação com as empresas de ônibus para estabelecer as novas linhas. As conversas incluem novos players do mercado, como Buser e WeMobi, que têm competido com as viações tradicionais e, muitas vezes, fazem embarques em locais improvisados.

"Esperamos fechar ao menos as rotas para Balneário Camboriú até o fim do ano, para aproveitar a alta temporada", diz Ricardo Gesse, CEO da Zurich Airport Brasil, concessionária de origem suíça que opera o aeroporto desde 2018. Outros destinos previstos são Itajaí, Bombinhas, Porto Belo, Blumenau, Garopaba e Criciúma.

O espaço que será usado para receber os ônibus já existe e atualmente recebe vans privadas. Há planos de cobrir as plataformas nos próximos meses. Os passageiros rodoviários deverão usar as estruturas já existentes do aeroporto, como os banheiros, praça de alimentação e estacionamento.

"A ideia veio dos aeroportos na Europa, onde os terminais são pontos de conexão com ônibus e trens", conta Gesse. "A operação da rodoviária em si não deverá trazer lucro por si mesma, mas servirá principalmente para atrair mais público ao aeroporto."

O plano é atrair especialmente moradores de outras cidades de Santa Catarina. É comum que este público viaje de ônibus até Florianópolis para embarcar em voos internacionais, por exemplo. A rodoviária principal, chamada Maria Rita, fica a 13 km do aeroporto, no centro da cidade.

Geralmente, os aeroportos ficam em áreas afastadas, enquanto as rodoviárias ocupam áreas mais centrais, para facilitar o acesso do público. O de Florianópolis, no entanto, fica na zona sul da ilha, e próximo de muitos moradores. Gesse espera que eles prefiram embarcar de ônibus ali em vez de ir até a Maria Rita.

O terminal Rita foi inaugurado em 1981 e recebe em torno de 10 mil usuários por dia. É operado pelo Estado, mas está em processo de privatização.

O aeroporto de Florianópolis foi leiloado em 2017 e assumido pela iniciativa privada no ano seguinte, por um período de 30 anos. Em 2019, foi inaugurado um novo terminal, quatro vezes maior que o anterior.

A expectativa para os próximos meses é de um verão agitado, com movimentação 6% maior do que nas férias de 2019/20, últimas antes da pandemia. Em janeiro, estão previstas até 12 chegadas e partidas a cada hora.

O terminal terá a maior malha de voos de sua história, com 26 rotas, sendo 19 nacionais e 7 internacionais. A oferta de voos com a Argentina deve crescer 22% em relação ao pré-pandemia. Haverá voos diretos para Buenos Aires, Córdoba e Rosário, tocados por três empresas diferentes.

Em dezembro, haverá a estreia de um voo para Montevidéu, no Uruguai, operado pela Azul. Haverá também mais voos para Santiago, no Chile, e para Assunção, no Paraguai.

No mercado interno, tem havido maior procura do público gaúcho. Isso levou à criação de mais voos para Porto Alegre e cidades como Passo Fundo, Pelotas e Santa Maria.

Haverá também voos diretos para Recife, Salvador, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande e Foz do Iguaçu. Rio e São Paulo também terão mais opções. Em janeiro, deverão ocorrer 14 voos por dia para Congonhas e 6 para o Santos Dumont.

Folha de S. Paulo - Mercado - SP - 20/11/2022

 

Categoria: Geral


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