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Varejo, comércio e serviços de distribuição impulsionam startups

Startups da área de mobilidade urbana estão ganhando mais espaço graças à combinação de parcerias com grandes empresas e captação de aportes. Estudo da plataforma 100 Open Startups, que destaca os negócios mais atraentes para o mercado corporativo, indica que 88 empreendimentos do setor tiveram contratos validados de inovação aberta em 2021, alta de 151% sobre 2020. Os mercados que mais se relacionaram com as companhias de mobilidade foram varejo, comércio e serviços de distribuição, com 13,1% do total de acordos, antes de alimentos, bebidas (8,5%) e finanças (7,8%).

A Veloe, de pagamento automático de pedágios, estacionamentos e gestão de frotas, faturou R$ 3 bilhões no ano passado, aumento de 117% em relação a 2020. A expectativa é crescer 65% em 2022, diz o diretor-geral André Turquetto, que assumiu o posto em 2021, depois de sete anos na Alelo Brasil, que controla a Veloe.

O avanço deve ser conquistado por meio de três frentes, segundo o executivo. Com contratos B2B (entre empresas), focados em soluções de gestão de frotas; e na atuação B2C (para o consumidor final), com novas tags ou adesivos de pagamento de pedágios e estacionamentos que passam a ser usadas também para quitar impostos e multas veiculares.

Na área B2B2C (para empresas e seus clientes), a ideia é oferecer a mobilidade como serviço (MaaS, na sigla em inglês) ou vender a expertise no segmento para outras empresas, caso do C6 Bank. O banco digital disponibiliza tags personalizadas com sua marca para os correntistas, usufruindo da infraestrutura de tecnologia da Veloe. Há outros 50 clientes nesse modelo, como BTG+ e Unidas.

Turquetto diz que as tags da Veloe circulam em todas as rodovias pedagiadas do país, com mais de 1,7 milhão de unidades ativas - eram 670,8 mil há um ano - e em 800 estacionamentos. O plano é alcançar 2,4 milhões de dispositivos em 2022. Na gestão de frotas, são 4,6 mil empresas e 80 mil veículos.

“No curto prazo, queremos ser uma carteira de pagamentos de mobilidade, que permita ao motorista centralizar as informações do veículo num único sistema”, diz. O abastecimento com pagamento via app está funcionando em um projeto piloto em São Paulo, enquanto a consulta e quitação de tributos, como IPVA e licenciamento, também pelo celular, estão acessíveis a todos os clientes.

No Fretadão, plataforma digital de transporte compartilhado de ônibus, micro-ônibus e vans criada em 2014, o objetivo em 2022 é continuar a expansão geográfica. No ano passado, a empresa paulista dobrou de tamanho em volume de passageiros transportados, segundo o CEO Antônio Gonçalves. Foram mais de 20 mil pessoas, em 13 Estados e no Distrito Federal, e o número de linhas foi de 540, em janeiro, para 919, em dezembro.

A maioria dos clientes são empresas que contratam o serviço para os funcionários. O número de companhias ativas passou de 40 a 65 nos últimos doze meses. Em 2021, o Fretadão participou da Scale-Up Endeavor, programa de aceleração para empreendimentos com alto potencial de crescimento.

Na Quicko, dona de um aplicativo com informações de viagem sobre diversos modais, como metrô e ônibus, o aporte de R$ 100 milhões injetado no ano passado pelo grupo CCR e a J2L Partners vai irrigar o desenvolvimento de novas facilidades. “Queremos melhorar a experiência do usuário do transporte público”, diz o CEO, Pedro Somma.

Com atuação apenas em São Paulo no primeiro ano de operação, em 2019, a companhia atua agora no Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e Campinas (SP). De acordo com Somma, o app registra mais de seis milhões de downloads. “Com os dados on-line, é possível economizar até uma semana ao ano no tempo gasto em transporte, usando mais previsibilidade nos deslocamentos.”

Na Letz, que captou R$ 20 milhões de fundos em dois anos de atividade, o interesse é atrair grupos que estão voltando, aos poucos, ao expediente presencial. O app ajuda a intermediar trajetos de passageiros que moram e trabalham próximos, em rotas feitas em carro compartilhado com até quatro pessoas. “Já realizamos mais de 500 mil roteiros e a meta é que, até 2030, todos os veículos que usamos sejam elétricos”, diz o cofundador Bruno Oliveira.
Fonte: Valor Econômico, 30/03/2022

Categoria: Geral


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